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NEO-OPOSIÇÃO
Miro Teixeira não diz se fica em Comunicações
PDT decide romper com governo; filiados devem deixar seus cargos
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
A Executiva Nacional do PDT
decidiu ontem romper com o governo Lula, decisão tomada em
reunião no Rio. Os filiados que
ocupam cargos no governo federal devem pedir exoneração, segundo a decisão do partido.
O pedetista com cargo mais alto
no governo é o ministro das Comunicações, Miro Teixeira. Segundo o presidente do partido,
Leonel Brizola, os que ficarem no
governo sofrerão as punições previstas no estatuto do PDT, que
vão de suspensão à expulsão.
"Há uma exigência do partido
para que esses companheiros que
estão no governo se afastem logo
do governo Lula-PT", disse Brizola. "Eu não acredito que esses
companheiros permaneçam."
A reunião de quase quatro horas teve a participação de 213
membros da Executiva Nacional.
Três votaram contra o rompimento, definido pelos dirigentes
como "independência" do PDT
em relação ao governo. Ao ser
questionado sobre a diferença entre independência e ruptura, Brizola disse: "Precisamos ser duros
sem perder a ternura".
Segundo Brizola, o partido não
dará "apoio inconstitucional"
nem fará "oposição sistemática".
Sobre se o PDT ficaria isolado
com a ruptura, conforme afirmou
o diretor regional de Goiás, Euler
Ivo, Brizola respondeu: "Antes só
do que mal acompanhado".
Ontem também ficou decidido
que o partido terá candidatos a
prefeito em todas as capitais do
país, nas eleições de 2004. Além
de Miro Teixeira, o PDT ocupa as
presidências dos Correios (Aírton
Dipp) e da Itaipu Binacional (Nelton Friedrich) e uma direção na
Petroquisa (Vivaldo Barbosa).
Um dos momentos mais tensos
da reunião foi quando Barbosa
defendeu que os pedetistas não
precisassem pedir exoneração.
Ele defendeu a permanência de
Miro Teixeira, porque "não há o
que reclamar dele".
Brizola rebateu: "Dói nos meus
ouvidos ouvir uma coisa dessas",
reclamando da ausência do ministro na reunião. Barbosa provocou a discussão minutos antes da
votação. Ele, que defendeu sua
permanência na Petroquisa, foi
obrigado a se calar a pedido de
Brizola e de Carlos Lupi, vice-presidente do partido.
Miro Teixeira não respondeu se
ficará ou não no ministério após a
decisão do PDT. Apesar de ter sido questionado objetivamente,
por meio de sua assessoria de imprensa, o ministro optou por divulgar uma nota enigmática:
"Reafirmo meu apoio ao presidente Lula. Faço-o como cidadão
e parlamentar. O exercício do ministério é eventual e pode ser interrompido a qualquer momento
e por qualquer razão. Permanente
é a convicção de que o Brasil precisa mudar e a certeza de que Lula
significa mudança".
Após a divulgação da nota, a assessoria do ministro foi novamente questionada sobre seu significado e, em resposta, afirmou
que a nota era de interpretação livre dos jornalistas.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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