São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

"Favelas no more?"

Com destaque em sites como "Washington Post" e outros, o correspondente Terry Wade, da Reuters, enviou de "Heliopolis, Brazil" a longa reportagem "Fim das favelas? Algumas amadurecem no Brasil". A de Heliópolis, em São Paulo, tem centenas de casas pintadas num "caleidoscópio de cores vibrantes, na rua principal", ginásio comunitário, telecentro. Virou "um bairro com casas de tijolos, ruas pavimentadas, esgoto, água e eletricidade para 120 mil pessoas". "Mas", claro, "Heliópolis ainda é uma das exceções".
Que o diga o correspondente do "El País", Juan Arias, que escreveu sobre "As milícias, novo pesadelo das favelas". É uma "polícia paralela" que ampliou "o terror" e em dois anos já dominou 92, das 600 do Rio.

elpais.com/Reprodução
No "El País", "aspecto de uma das favelas do Rio de Janeiro"


FIM DE UMA ERA
O colunista Martin Wolf, do "Financial Times", comenta como "a morte de Pinochet e a saúde de Fidel marcam o fim de uma era" no hemisfério.
Passou o tempo, foram-se os "revolucionários barbados e os déspotas militares" -e "um estilo sóbrio de política democrática se estabelece em toda a região", que não crê em "milagres", mas na "política econômica do possível".
O caminho a seguir, propõe, é o do Chile. E a opção para os EUA é "deixar os países livres para fazer suas experiências".

CONTRA A POBREZA
Para Wolf, o maior risco é não enfrentar a pobreza. Para o "El País", em editorial, "foi a mensagem do eleitor: façam algo contra a pobreza". O jornal espanhol também vê a moderação se estabelecendo nos governantes -e saúda "a atitude de diálogo" dos EUA.
Para registro, o blog The Huffington Post, democrata, sublinhou que até os inimigos Alan García e Hugo Chávez "fizeram as pazes" -e a região está mais unida que nunca, numa "derrota para a guerra fria" buscada antes por Bush.

A RECUPERAÇÃO
Ontem também no "FT", o editor para a América Latina, Richard Lapper, ressaltou "a recuperação dos mercados" dos últimos anos-e apesar do temor com o ano eleitoral.
Citou o retorno da Bolsa no Brasil: US$ 100 aplicados em outubro de 2002 valem hoje US$ 833. Entre as explicações da recuperação regional, "o controle dos gastos públicos" e as "exportações à China".
Existe o risco de mudança no "ciclo das commodities", mas a demanda chinesa não indica queda e gigantes como Petrobras e Vale "se tornam mais globais" e seguros. E a estabilidade faz crescer, aos poucos, o mercado interno.

SÓ CONSULTORIA
No site do "Wall Street Journal", o vice do FMI dizia que seu "papel na região está mudando para consultoria":
- Estamos extremamente felizes, porque é um resultado do sucesso econômico...

UMA GUERRA GLOBAL
O "WSJ" voltou a destacar, sobre a disputa envolvendo a brasileira CSN e a indiana Tata, como as "empresas do mundo em desenvolvimento estão cada vez mais lutando por bens internacionais, pela liderança em commodities":
- A concorrência entre os gigantes emergentes deve prosseguir, dizem analistas, conforme China, Índia, Brasil e Rússia usem sua riqueza crescente para ampliar sua presença global e assegurar suprimento de petróleo etc.
No título, "guerra global".

É O CÂMBIO
Nada disso, diz o novo blog Economínimo, de José Paulo Kupfer, no iG/Nomínimo:
- Após a compra da Inco pela Vale, por estonteantes US$ 18 bi, agora é a CSN que parte para cima da Corus com US$ 9,6 bi... O essencial: a taxa de câmbio valorizada. O fato é que estão todos correndo para levar reais para fora.

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@ - Nelson de Sá


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