São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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VIAGEM PRESIDENCIAL

Porta-voz confirma ida do presidente a fórum na Suíça; comitiva inclui presidente do BC e senador eleito

Lula vai a Davos com Marta e 4 ministros

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá mesmo ao encontro anual do Fórum Econômico Mundial, que se realiza em Davos, nos Alpes suíços, com uma comitiva que inclui a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, quatro ministros, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP).
Com Lula, estarão na Suíça, segundo informação oficial da assessoria do fórum, os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Celso Amorim (Relações Exteriores), Roberto Rodrigues (Agricultura) e Gilberto Gil (Cultura).
Furlan e Meirelles são participantes habituais dos encontros que o Fórum Econômico Mundial promove todo final de janeiro em Davos.

Porto Alegre
Antes de Davos, Lula participará do FSM (Fórum Social Mundial), criado há três anos, exatamente para se contrapor ao encontro suíço.
Lula participou das duas únicas edições do FSM realizadas até agora, sempre em Porto Alegre.
Exatamente por se tratar, em tese, de encontros antagônicos, a presença de Lula em Davos foi criticada por algumas das organizações que comandam o fórum de Porto Alegre.
Mas, ontem, o porta-voz da Presidência, André Singer, disse que Lula pretende aproveitar "todos os espaços para defender os pontos de vista do Brasil" e para "expor seus projetos para reduzir a distância entre países ricos e pobres".
De acordo com os organizadores do Fórum de Davos, Lula "compartilhará com os participantes suas opiniões a respeito da governança global".
Lula irá na quinta-feira, 23, a Porto Alegre. No dia seguinte, embarca para a Suíça.
Na noite de sábado, 25, participa de um evento tradicional de Davos, que é o "Jantar Iberoamericano", ao qual comparecerão três outros presidentes da América Latina: o mexicano Vicente Fox, o colombiano Álvaro Uribe e o boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada.
No domingo, será a exposição formal do presidente brasileiro, não incluída ainda na mais recente versão do programa oficial, fechada antes de que Lula confirmasse a sua presença.
O tema global do Fórum de Davos, neste ano, é "Construindo Confiança". Tem a ver, principalmente, com o fato de que os escândalos em companhias norte-americanas, no ano passado, jogaram muito para baixo a confiança do público nas corporações.
Mas, na prática, a guerra contra o Iraque deverá predominar nas discussões, pela sua iminência e pelo fato de que o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, confirmou presença.

Alemanha e França
O convite a Lula para comparecer a Davos foi feito pelo secretário de Estado de Finanças alemão Caio Koch-Weser, nascido no Paraná, dono de um português ainda impecável e que foi o chefe da missão alemã à posse de Lula.
Lula aceitou na hora o convite.
O presidente brasileiro aproveitará a viagem à Europa para duas reuniões de trabalho com governantes estrangeiros.
Na segunda-feira, segue da Suíça para a Alemanha. Almoça com o presidente Johannes Rau, que ocupa função muito mais cerimonial. Janta com o primeiro-ministro Gerhard Schroeder.
No dia seguinte, vai à França, mas, a princípio, só está previsto encontro com o presidente, Jacques Chirac, e não com o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin.
Talvez porque o sistema parlamentarista francês dá mais poderes ao presidente do que é clássico no modelo.

Espanha
As visitas à França e à Alemanha provocaram ciúmes no governo espanhol, cujo chefe, o primeiro-ministro José María Aznar, está sendo, entre os governantes, um dos que mais frequentemente busca contato com o novo governo brasileiro.
Aznar foi tranquilizado com a informação de que a primeira visita de Estado de Lula à Europa terá como destino Portugal (primeiro) e depois Espanha (visitas de Estado são mais pomposas do que visitas de trabalho).


Colaborou WILSON SILVEIRA, da Sucursal de Brasília


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