São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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QUESTÃO INDÍGENA

Área invadida é reivindicada por índios

Líder caiová morre com ferimentos na cabeça após invasão de fazenda

Hédio Fazan/"Diário MS"
Ládio Veron (dir.), cujo pai, Marcos, morreu após invadir área


FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O líder indígena Marcos Veron, 74, morreu ontem em Dourados (224 km de Campo Grande), horas depois de ter sido internado com vários ferimentos na cabeça.
Anteontem, Veron participou de uma invasão promovida por cerca de cem caiovás da fazenda Brasília do Sul, em Juti (325 km ao sul de Campo Grande).
Seu sobrinho, Reginaldo Veron, foi baleado na perna, mas não corre risco de morte. Marcos Veron chegou ao hospital Evangélico de Dourados por volta das 8h. Ele morreu às 11h50. Até ontem à tarde, a causa exata da morte ainda não havia sido divulgada.
Os dois foram feridos em conflito com funcionários da fazenda, que pertence a Jacinto Honório da Silva, segundo informações iniciais da polícia.
Um funcionário da fazenda que se identificou apenas como José, no entanto, negou que tivesse havido algum conflito durante a invasão. Ontem, uma equipe da delegacia da Polícia Federal de Naviraí (MS) foi ao local para apurar o incidente. Até o final da tarde de ontem, eles ainda não haviam retornado do local.
A área de 10 mil hectares é disputada desde 98. A Agência Folha deixou recados nos escritórios de Jacinto Honório da Silva em Campo Grande e em São Paulo, mas ele não respondeu.
O Ministério da Justiça determinou que uma equipe da Polícia Federal fosse enviada para a região para investigar a morte de Veron. Segundo o ministro Márcio Thomaz Bastos, a morte foi resultado de um conflito fundiário. "Em vez de usar os meios legais, o fazendeiro, ao que parece, tentou fazer justiça pelas próprias mãos ou pelas mãos de pistoleiros."

Colaborou a Sucursal de Brasília


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