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Preço não é fator decisivo para escolher caça, diz Lula
Segundo o presidente, o que está em
discussão é a "soberania do nosso país"
Incomodado com vazamento
de dados da negociação, ele
afirma que foi o "único que
ficou em silêncio" porque é
quem tem "poder de decidir"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o
preço das propostas apresentadas para a compra de 36 caças
pelo Brasil não é fator determinante para sua escolha. Afirmou que sua decisão vai levar
em conta a soberania tecnológica e a do país.
"Essa questão do caça não é
uma questão comercial comum, não é um acordo apenas
econômico: "Vou comprar um
porque é mais barato". Não. Estamos tentando mostrar para a
sociedade brasileira que estamos discutindo a soberania do
nosso país, inclusive a soberania tecnológica", afirmou.
A polêmica em torno dos caças vem se arrastando desde o
ano passado. Em setembro, Lula chegou a assinar uma carta
de intenção de compra do francês Rafale, da Dassault, durante
visita do presidente Nicolas
Sarkozy ao Brasil.
No início do mês, a Folha revelou o conteúdo do relatório
da FAB (Força Aérea Brasileira) apontando preferência dos
militares pelo caças suecos Gripen NG, fabricados pela Saab.
O "sumário executivo" do relatório da FAB, com as conclusões finais das mais de 30 mil
páginas de informações, apontou o fator financeiro como decisivo para a classificação do
caça sueco.
Lula se mostrou incomodado
com o vazamento de informações sobre os caças.
"O único que ficou em silêncio até agora fui eu, e fiquei em
silêncio porque sou eu que tenho o poder de decidir. E quem
tem o poder de decidir tem
mais responsabilidade, não fala
o que quer, fala o que pode",
afirmou ele.
"Eu disse hoje [ontem] ao
meu ministro da Defesa [Nelson Jobim] que ele vai me
apresentar um relatório. Quando esse relatório for apresentado, eu tomarei a iniciativa de
convocar o Conselho de Defesa, tomarei a iniciativa de iniciar um debate no Congresso."
O presidente afirmou ainda
que não tem prazo para decidir
sobre a aquisição dos caças e
que a questão se arrasta desde
o governo Fernando Henrique.
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