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DANÇA DOS MINISTROS
Ausência de vice é o grande obstáculo para prefeito de Manaus assumir vaga de Anderson Adauto
PL diz que Nascimento aceita Transporte
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A cúpula do PL transmitiu ao
Palácio do Planalto que o prefeito
de Manaus, Alfredo Nascimento
(PL), aceitará o convite para assumir o Ministério dos Transportes,
no lugar de Anderson Adauto.
"O Alfredo Nascimento só não
será ministro se não quiser. O governo já sabe disso. Ele tem de arrumar a vida dele em Manaus para dar a resposta definitiva", disse
o presidente do PL, o deputado federal Valdemar Costa Neto (SP).
Este é o terceiro convite para
que Nascimento assuma um ministério no governo Lula. Na
composição do governo, em 2002,
o prefeito de Manaus teve o nome
cotado para as pastas da Integração Nacional e dos Transportes.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva já marcou viagem para Uberaba para quinta-feira, dia 19, a
fim de fazer um último gesto para
prestigiar Adauto em sua base
eleitoral -o atual ministro deve
deixar o posto após a visita para
ser candidato a prefeito da cidade.
Ontem, Nascimento se reuniu
com o secretariado municipal e
expôs uma de suas preocupações
em deixar a prefeitura: as eleições
indiretas, pois o vice-prefeito,
Omar Aziz (PFL), renunciou ao
cargo para assumir como vice-governador do Amazonas, em 2003.
Assim, se Nascimento sair, o
presidente da Câmara assume interinamente com 15 dias para
convocar eleições indiretas para o
cargo. O eleito administra a cidade até 31 de dezembro, quando
entrega o cargo para o escolhido
no pleito municipal de outubro.
Na reunião com o secretariado,
Nascimento colocou quatro nomes de confiança que podem lhe
suceder na administração municipal, embora qualquer cidadão
que tenha domicílio eleitoral em
Manaus pode disputar a eleição
indireta. A escolha deverá ser feita
pelos 33 vereadores de Manaus.
Segundo o vereador Fabrício Lima (PL-AM), além das eleições
indiretas, Nascimento tem preocupação com a família e com uma
promessa que fez aos eleitores, de
que cumpriria o mandato até o final, em 31 de dezembro deste ano.
"Todas as exigências que ele [Nascimento] fez ao governo para assumir o ministério foram aceitas,
portanto é só uma questão de dias
para ele decidir", diz Lima.
Entre essas exigências, segundo
Lima, estão um orçamento de R$
7 bilhões e a escolha dos nomes
para os cargos de confiança.
Guerra interna
Na hipótese remotíssima de
Nascimento desistir, haverá uma
guerra interna no PL pela vaga.
Essa possibilidade, porém, só reforça a articulação para que o prefeito aceite o convite do governo.
Nascimento é o preferido de Lula
devido ao perfil de executivo.
"O governo não poderia ter escolhido alguém melhor. O Alfredo Nascimento é o 1º vice-presidente do PL e vai aproximar o partido ainda mais do governo. É
também um aliado de primeira
hora de Lula", disse Costa Neto.
Na reforma ministerial, Adauto
quase caiu. Ficou no posto por
pura deferência de Lula a Alencar,
que disse que o ministro sairia como incompetente ou suspeito de
irregularidade. A cúpula do governo considera Adauto um executivo fraco e atritos na pasta
comprometeram sua condição
política de permanecer ministro.
Convidado na última terça-feira
para substituir Adauto, Alfredo
Nascimento pediu prazo de dez
dias. Coincidentemente, é o tempo para a organização da visita a
Uberaba e das tratativas em Manaus para tratar de sua saída sem
se enfraquecer politicamente.
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