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DIPLOMACIA
Lula chegou ao país para firmar negócio que envolve 36 aeronaves e US$ 470 mi, mas financiamento é incerto
Venezuela quer aviões militares do Brasil
JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS
A aliança estratégica entre Brasil
e Venezuela, a ser anunciada hoje,
em Caracas, pelos governos dos
dois países, passa por amplo acordo na área de defesa que contempla venda inicial de quase US$ 500
milhões (R$ 1,310 bilhão) em aeronaves e a transferência de tecnologia para criação de uma indústria aeronáutica venezuelana.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o colega venezuelano Hugo
Chávez firmam hoje um acordo
entre os dois países no setor aeronáutico e aeroespacial.
O acordo comercial deve resultar na aquisição pela Venezuela
de 12 caças de treinamento de
combate, os AMX-T, e 24 Super
Tucano, ambos produzidos pela
Embraer.
Como contrapartida, a Venezuela quer dos brasileiros uma
transferência de tecnologia que
permita a montagem de aviões no
país e, principalmente, viabilize a
criação de uma indústria aeronáutica, que seria inicialmente
voltada à construção de aviões
agrícolas.
A compra de equipamentos militares para a Força Aérea Venezuelana abriu mais um capítulo
da polêmica relação entre Chávez
e os Estados Unidos.
O presidente venezuelano acusa
os norte-americanos de tentarem
impedir a compra de equipamentos militares russos e brasileiros
-em 85, o país comprou 31
aviões Tucano.
Do lado brasileiro, cuja diplomacia vê Caracas com bons olhos,
a venda dos aviões faz parte da estratégia do presidente Lula de
aproximação e integração com os
países sul-americanos.
Financiamento
Com a decisão política de Chávez de comprar os aviões do Brasil, os países discutem agora o financiamento da operação -US$
300 milhões (R$ 786 milhões) para os AMX-T e, numa primeira fase, US$ 170 milhões (R$ 445,4 milhões) para os Super Tucano.
Uma alternativa é que a operação seja feita via BNDES, cujo presidente, Guido Mantega, acompanha Lula na viagem. A solução encontra dificuldades quanto às garantias que seriam dadas ao financiamento. Outra opção de financiamento seria por meio do
Bandes, uma espécie de BNDES
venezuelano, ou uma composição
entre as duas instituições.
Lula deve embarcar hoje mesmo para a Guiana e, na terça-feira
à noite, para o Suriname.
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