São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 2002

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PAINEL

Cédula eleitoral
O crescimento de José Serra nas pesquisas enterrou as articulações do PFL e de setores do PSDB favoráveis a um plano B que unisse as duas siglas na eleição. Nem Tasso Jereissati (CE) nem Aécio Neves (MG) acreditam mais nessa possibilidade.

Longe daqui
Serra subiu nas pesquisas e entrou no jogo eleitoral de verdade, mas ainda há quem torça o nariz para ele no PSDB. Paulo Renato (Educação), por exemplo, cancelou todos os eventos de entrega de cartões do Bolsa-Escola. Não quer colocar a máquina de seu ministério a serviço da candidatura do colega.

Sujeito oculto
A faixa colocada no fim de semana na região do encontro do BID no Ceará - que dizia "Para que confusão? Aécio é a solução"- teve como autor Esmerino Arruda (PSDB), suplente de senador e político muito ligado Tasso Jereissati (CE).

Em pedaços
Com a derrocada de Roseana, o grande temor de Bornhausen é a fragmentação do PFL na eleição. Há articulações para todos os gostos: uns trabalham por Serra, outros, por qualquer um que possa derrotá-lo. Independentemente do caminho que a sigla tomar, haverá dissidências.

Leque aberto
Serra quer aproveitar a subida nas pesquisas para costurar definitivamente suas alianças para a eleição. Anteontem, esteve com Michel Temer (PMDB) e com Francisco Dornelles (PPB).

Cadeira vazia
O PFL manteve a agenda programada para Roseana na BA, dia 25, na entrega do prêmio Luís Eduardo Magalhães. Mas ninguém crê que ela aparecerá.

Nome regional
Foi sugestão do PFL a gravação ontem, por Roseana, de uma "mensagem ao povo maranhense". O partido acha que ela tem de cuidar do seu eleitorado no MA para concorrer ao Senado. A eleição presidencial já era.

Apoio familiar
Fernando Sarney, dono da afiliada da TV Globo no MA, não se conforma: por questões contratuais, está obrigado a fornecer a logística para a equipe da emissora que acompanha o escândalo que envolve sua irmã.

Franqueza socialista
Um possível apoio do PFL a Ciro causa repulsa em Roberto Freire, presidente do PPS: "O PFL e a Roseana representam a velha política, oligárquica e patrimonialista. O apoio do PFL não tem nenhuma serventia. Não sou intolerante nem intransigente, apenas coerente".

Ponte em construção
Apesar do veto de Roberto Freire, João Herrmann, um dos coordenadores da campanha de Ciro, receberá em seu apartamento três dirigentes do PFL na terça. No mínimo, para tentar manter um canal em aberto para um eventual segundo turno.

Fé publicitária
Duda Mendonça diz que Lula ultrapassará os 30% das intenções de voto no fim de maio, após a exibição na TV dos programas e dos comerciais do PT, que totalizarão duas horas no ar. O marqueteiro diz que não há nenhum slogan definido para a campanha do petista.

Febre de dossiês
Garotinho (PSB) foi informado por cartorários de Campos que duas pessoas fizeram, no fim de 2001, levantamento sobre suas propriedades na cidade. "Só tenho uma casa herdada de meu pai", diz o governador.

TV Malvadeza
Um cartaz com a foto de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) abraçado a Jader Barbalho, com o título "Big Robber" ("grande ladrão"), chegou pelo correio ao Congresso. As letras imitam o símbolo do "Big Brother Brasil", da TV Globo. Aliados de Geddel atribuem a autoria a ACM.

TIROTEIO

Do senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), sobre o trancamento da pauta no Congresso pelo excesso de medidas provisórias enviadas pelo governo:
- É preciso uma resolução que defina a tramitação das MPs. Não é que as regras sejam falhas, elas simplesmente não existem. No governo FHC, temos convivido com a eternização do provisório.

CONTRAPONTO

Não espalhe

Há cerca de 15 dias, numa reunião pública em Porto Alegre (RS), o presidenciável do PSB Anthony Garotinho (RJ) lançou Beto Albuquerque (PSB) ao governo gaúcho sem que o próprio deputado licenciado soubesse o que iria ocorrer. Beto, que é secretário de Transportes no governo Olívio Dutra (PT), brincou com o governador:
- Desse jeito eu vou perder meu emprego.
Horas depois, Garotinho foi gravar uma entrevista na TV pública do governo estadual. A apresentadora quis saber a opinião de Garotinho sobre a sucessão estadual e o governador voltou a lançar Beto Albuquerque ao governo.
Logo que acabou a gravação, Beto aproximou-se de Garotinho e ironizou:
- Governador, não satisfeito com a minha demissão, o senhor quer que a apresentadora também perca o emprego!



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