MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ex-senador e ex-banqueiro José Eduardo de Andrade Vieira (PPB) declarou não lembrar de uma reunião em que teria acertado liberação de R$ 5 milhões para um suposto caixa dois para cobrir despesas da primeira candidatura presidencial de Fernando Henrique Cardoso, em 94. "Eu não me lembro. Ando tão esquecido."
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) afirma ter testemunhado a reunião. Dela teriam participado o ex-assessor de FHC, Eduardo Jorge, "e mais cinco ou seis pessoas, um de cada partido". Eduardo Jorge, coordenador de campanha de FHC, nega.
Vieira negou que o Bamerindus tivesse aberto uma conta, com depósito de R$ 5 milhões para despesas da campanha. "Sobre isso já dei declarações de que, convidado para participar ou até dirigir o comitê financeiro, recusei. Fui da coordenação política."
O ex-senador foi ministro da Agricultura do primeiro governo FHC. Depois, se afastou do presidente magoado por não ter recebido socorro financeiro para salvar o Bamerindus. O banco de Andrade Vieira sofreu intervenção do Banco Central em 97. Foi assumido depois pelo HSBC.
Ele confirmou que, na pré-campanha, o presidente viajou num avião do Bamerindus. "Não tem nada de irregular. O candidato a candidato me acompanhava nas articulações de estratégia para a campanha", disse. Quanto à declaração de ACM, disse que não tem "que dar satisfação nem ao Antonio Carlos, nem a ninguém".


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