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Senado rejeita projeto de fim de voto secreto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de um debate polêmico,
com discursos de 20 senadores, o
plenário do Senado rejeitou ontem proposta de emenda constitucional que propunha o fim das
votações secretas no Congresso
Nacional. Não foram atingidos os
49 votos necessários à aprovação
de emenda constitucional. O resultado foi 34 votos favoráveis e 41
contrários, com três abstenções.
A proposta original era de autoria do líder do PT, senador Tião
Viana (AC), e era bem mais restrita: acabava com o voto secreto
apenas nos casos de votação de
processos de perda de mandato.
Ao relatar a proposta, o ex-senador José Eduardo Dutra (PT-SE) apresentou substitutivo tornando ostensivo o voto de deputados e senadores em quaisquer
votações, inclusive nas apreciações de vetos presidenciais.
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), deixou a
presidência da sessão para fazer o
primeiro pronunciamento contra
a proposta. Disse que o voto secreto é um princípio sedimentado
nas diversas constituições, aplicado apenas nos casos em que as votações representem julgamentos
pessoais, como cassação de senador e escolha de autoridades.
O líder do PT não considerou o
resultado da votação uma derrota
do governo. Pelo número de votos favoráveis, considerou que o
desgaste foi da oposição. "Há
uma geração que entende que não
há como conviver com o voto secreto em pleno século 21. Outra
geração defende doutrinariamente o sigilo do voto", disse Viana.
Heloísa Helena (PT-AL) fez um
discurso emotivo em defesa do
fim do voto secreto, afirmando ter
sido vítima de uma "infâmia machista" quando surgiram rumores de que teria votado contra a
cassação do ex-senador Luiz Estevão (então PMDB-DF), em 2000.
A proposta de Viana foi apresentada depois desse episódio.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o deputado José Roberto Arruda (PFL-DF) e a
ex-funcionária do Senado Regina
Célia Borges serão notificados pelo STF para que se defendam, no
prazo de 15 dias, da acusação de
violação do sigilo do painel eletrônico do Senado.
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