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Para deputados, proposta exige "grande debate"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados reagiram com
cautela ao anúncio do ministro
das Comunicações, Hélio Costa, de que o governo criará uma
rede nacional de TV ao custo
estimado de R$ 25 milhões. A
maioria afirmou que a proposta
ainda não está clara e que exigirá grande debate no Congresso.
Para o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da
Câmara, Julio Semeghini
(PSDB-SP), o governo está na
direção errada, embora a idéia
possa ser útil. "Se vai gastar R$
250 milhões, e acho que acabará gastando muito mais, é importante saber primeiro qual é
o objetivo. O ministro está
criando uma grande infra-estrutura sem deixar claro do que
precisará. Quer se criar um canal sem saber o ministério que
administrará o conteúdo, qual
são os objetivos de conteúdo."
Segundo Semeghini, a discussão deveria ter sido iniciada
pelo formato editorial que terá
a rede, não pela estrutura física.
O vice-presidente da comissão, José Rocha (PR-BA), elogiou a medida, mas afirmou que
ela será fruto de grande debate
entre os parlamentares. "Na
medida em que você cria um
sistema público, você terá a
mesma diretriz, uma base legal
para todas as estações, acho interessante unificar."
O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) foi o mais crítico.
No plenário da Câmara, disse
que o projeto é autoritário. "O
que está em jogo é uma crise da
democracia. Os jornais hoje
mostram algo horroroso, que o
governo do PT pretende instalar uma rede nacional de televisão e rádio; quer, de forma mais
ampla, profissional e autoritária, influenciar a mente das
pessoas. É assim que se começa
um regime autoritário."
O ex-ministro das Comunicações Miro Teixeira (PDT-RJ)
disse que pretende se informar
primeiro dos detalhes do projeto. Mas afirmou que "unificar
as diversas estações usadas pelo poder público pode melhorar
a qualidade e reduzir custos".
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