São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007

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Para deputados, proposta exige "grande debate"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Deputados reagiram com cautela ao anúncio do ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que o governo criará uma rede nacional de TV ao custo estimado de R$ 25 milhões. A maioria afirmou que a proposta ainda não está clara e que exigirá grande debate no Congresso.
Para o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Julio Semeghini (PSDB-SP), o governo está na direção errada, embora a idéia possa ser útil. "Se vai gastar R$ 250 milhões, e acho que acabará gastando muito mais, é importante saber primeiro qual é o objetivo. O ministro está criando uma grande infra-estrutura sem deixar claro do que precisará. Quer se criar um canal sem saber o ministério que administrará o conteúdo, qual são os objetivos de conteúdo."
Segundo Semeghini, a discussão deveria ter sido iniciada pelo formato editorial que terá a rede, não pela estrutura física.
O vice-presidente da comissão, José Rocha (PR-BA), elogiou a medida, mas afirmou que ela será fruto de grande debate entre os parlamentares. "Na medida em que você cria um sistema público, você terá a mesma diretriz, uma base legal para todas as estações, acho interessante unificar."
O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) foi o mais crítico. No plenário da Câmara, disse que o projeto é autoritário. "O que está em jogo é uma crise da democracia. Os jornais hoje mostram algo horroroso, que o governo do PT pretende instalar uma rede nacional de televisão e rádio; quer, de forma mais ampla, profissional e autoritária, influenciar a mente das pessoas. É assim que se começa um regime autoritário."
O ex-ministro das Comunicações Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que pretende se informar primeiro dos detalhes do projeto. Mas afirmou que "unificar as diversas estações usadas pelo poder público pode melhorar a qualidade e reduzir custos".


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