|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Kassab e Alckmin cobiçam Soninha para vice
Vereadora do PPS afirma que partido "tem como meta conquistar identidade" e disputará eleição "com candidatura
própria"
DEM analisa que a coligação
atrairia eleitor identificado
com temas como juventude;
tucanos já fizeram aliança
com PPS na eleição de 2006
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Em nova demonstração de
que deverão concorrer separados à Prefeitura de São Paulo,
Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB) travam
nos bastidores uma disputa para ter a vereadora e também
pré-candidata Soninha Francine (PPS) como candidata a vice.
Caso não haja uma aliança
com o PSDB, parceiro preferencial dos democratas, Kassab
intensificará as já iniciadas negociações para ver a ex-petista
em sua chapa. O tucano Geraldo Alckmin, no entanto, também conversa com o PPS e não
apresenta restrições ao nome
da vereadora.
O assédio, segundo Soninha,
não será suficiente para fazê-la
desistir do projeto de ocupar
uma cabeça de chapa na disputa pela prefeitura. "Eu estou em
um partido que me procurou
com a meta de conquistar uma
identidade própria, que vai disputar a eleição com candidatura própria", disse.
O deputado federal Arnaldo
Jardim, principal líder do PPS
no Estado, admite o assédio de
Kassab e Alckmin. "Os dois estão cortejando a Soninha como
vice, mas a tendência do partido é seguir com a candidatura
própria", afirmou ele.
No cálculo dos democratas, a
aliança com o PPS e com a vereadora seria importante para
melhorar a inserção de Kassab
em uma parcela do eleitorado
historicamente identificada a
temas "petistas" e "tucanos",
como a questão da juventude.
Com ou sem o deputado federal Paulo Maluf (PP) na disputa, o entorno de Kassab avalia que o prefeito não terá dificuldade em atrair o "voto conservador" nesta eleição.
Raciocínio semelhante faz o
grupo ligado ao ex-governador
Alckmin, que também negocia
a vice com o PMDB e o PTB,
mas tem uma relação próxima
e duradoura com Jardim.
Divergências
Soninha, jornalista, colunista
da Folha e apresentadora de
TV, se elegeu pela primeira vez
em 2004, então no PT de Marta Suplicy, e tinha como principais bandeiras de campanha a
defesa dos jovens, da cultura e
do meio ambiente.
No ano passado, ela deixou o
PT por alegar divergências programáticas e ideológicas com o
partido e sua bancada na Câmara Municipal. Desde então,
o diretório paulistano da sigla
pede à Justiça a vaga de Soninha na Casa.
Segundo os petistas, a vereadora contrariou as determinações da bancada e se aproximou da base de apoio do ex-prefeito José Serra (hoje governador) e de Kassab, que era vice do tucano.
A vereadora afirma ser quase
impossível integrar uma chapa
com o DEM, antigo PFL. "Não
tenho uma postura como a do
antigo PT, que não se mistura
com ninguém. O Kassab faz
uma administração que tem
qualidades, mas não dá para o
PPS entrar em uma coligação
com o Democratas", disse.
Nesse sentido, ela estaria
mais próxima do PSDB. Em
2006, na mais recente vitória
de Serra em São Paulo, o partido de Jardim e do deputado federal Roberto Freire (PE) integrou a aliança que derrotou
Aloizio Mercadante (PT).
Texto Anterior: "Política também é destino", afirma Alckmin Próximo Texto: Prefeito e governador exaltam aliança em evento Índice
|