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CÂMARA
Petebista mantém voto contrário a prefeito e dá vitória à oposição
Por 4 a 3, Pitta perde a 1ª batalha do impeachment
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O prefeito de São
Paulo, Celso Pitta
(PTN), já teve o
apoio de pelo menos 30 dos 55 vereadores do Legislativo
paulistano, mas ontem não conseguiu um voto governista para se
livrar do início de um processo de
impeachment aprovado em uma
comissão por 4 votos a 3.
A maioria dos integrantes da
comissão considerou que há indícios de que Pitta cometeu crimes
de corrupção e de improbidade
administrativa e usou o cargo para obter vantagens pessoais.
As acusações contra Pitta constam de denúncia encaminhada à
Câmara por integrantes da OAB-SP (Ordem dos Advogados do
Brasil). A denúncia foi examinada
por dez dias pela comissão especial, que concluiu seus trabalhos
com a votação de ontem.
O início do processo de impeachment depende agora de
passar por uma votação em plenário para ser confirmado.
Dos 55 parlamentares, 33 precisam votar contra o prefeito para
uma comissão processante ser
criada e o impeachment realmente começar. Com esse quórum,
Pitta precisa do apoio de 23 vereadores para não sofrer o processo
de impeachment.
Essa votação deve ocorrer na
próxima terça-feira. Se a comissão for aprovada em plenário, será a primeira vez que um pedido
de impeachment contra Pitta chega a essa fase. Outros quatro pedidos enviados à Câmara foram arquivados
antes de serem enviados ao plenário.
Pelas regras da Câmara, sete vereadores
terão de ser sorteados
para compor a comissão processante. Eles terão 90 dias
para analisar as denúncias, ouvir
testemunhas de acusação e de defesa e chegar a uma conclusão.
A decisão final sobre o afastamento do prefeito do cargo tem
de ocorrer após o fim do trabalho
da comissão processante. Após
essa etapa, o impeachment precisa do voto de 37 vereadores em
plenário para ser aprovado (veja
quatro nesta página).
O placar de 4 a 3 ontem só foi
confirmado dez minutos antes da
votação em um discurso do vereador governista Natalício Bezerra (PTB), que integrava a comissão especial.
"Essa assinatura que eu dei nesse relatório da oposição eu estou
confirmando. Esse é o meu voto",
disse ontem. Ele se referia à assinatura que já tinha dado dois dias
antes em um parecer contra Pitta
elaborado pela oposição. Foi esse
documento que foi aprovado.
Cinco minutos antes do discurso, Bezerra ainda sofria pressão
de governistas para mudar seu
voto e livrar o prefeito do risco de
perder o cargo. Convencer Bezerra era a única saída para os governistas virarem o jogo. Por essa razão, a reunião foi tensa.
Com o voto de Bezerra, vereadores do PT, do PSDB e do PL,
que integravam a comissão, conseguiram maioria para aprovar o
parecer contra Celso Pitta.
Os três votos favoráveis ao prefeito são do relator Brasil Vita
(PPB), do presidente Wadih Mutran (PPB) e de Ivo Morganti
(PMDB), que também integravam a comissão especial.
Eles votaram contra o parecer
da oposição e a favor do relatório
oficial de Vita, que absolveu o prefeito. Como foram minoria, prevaleceu o documento apresentado pelos oposicionistas.
Leia a íntegra do relatório da oposição no site www.uol.com.br/fol/pol/ult13042000115.htm
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