São Paulo, domingo, 14 de abril de 2002

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PAINEL

Roseana dois
O Planalto está preocupado com a movimentação do PFL na direção da campanha de Ciro Gomes. Considera que a aliança é difícil, mas, se for fechada, o presidenciável do PPS passará a ser uma ameaça real para a candidatura de José Serra (PSDB).

Previsão palaciana
Em conversa com dois aliados, FHC previu o crescimento de Ciro nas pesquisas em junho, quando terá uma grande exposição na TV, em razão dos programas partidários (PDT, PPS e PTB). Se conseguir o apoio do PFL, acha FHC, Ciro abrirá uma porta com o empresariado.

Ciúmes partidários
Para afastar o PFL de Ciro, FHC tem conversado com líderes do partido, o que deixa o PMDB com uma pulga atrás da orelha. O partido, que recebeu a promessa de fazer o vice de Serra, teme que, para não apoiar Ciro, o PFL exija a vaga na chapa.

Paquera eleitoral
Em campanha para ser a vice do tucano José Serra, Rita Camata (PMDB-ES) programou um roteiro de viagens. Na próxima semana, visitará Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Dante de Oliveira (PSDB-MT).

Crise existencial
Para bombardear as pretensões de Rita Camata, a cúpula do PMDB fez um levantamento dos votos da deputada no Congresso. Em mais de 80% das matérias, posicionou-se contrariamente à orientação do governo.

Força dobrada
Lula participará no dia 27 de um ato público pelo emprego promovido pela Força Sindical, entidade que apóia oficialmente a candidatura de Ciro Gomes, em Osasco e Guarulhos (SP).

A portas fechadas
Em total discrição, José Dirceu, presidente do PT, esteve no Recife (PE) há 15 dias para falar com Miguel Arraes (PSB) sobre a sucessão presidencial. O petista quer convencer o partido a desistir de Anthony Garotinho.

Plataforma de campanha
Ney Suassuna (PMDB-PB), ex-ministro da Integração Nacional, assinou em 5 de abril, seu último dia no cargo, vinte liberações de recursos para prefeituras -totalizando R$ 2,202 milhões. Desses municípios, 15 são da Paraíba, Estado no qual ele é pré-candidato ao governo.

Hora extra
Os 15 municípios da Paraíba receberam do então ministro, Ney Suassuna, R$ 1,9 milhão. O senador deixou a Integração Nacional dois dias depois da reforma ministerial efetuada por FHC, espaço de tempo que usou para assinar vários contratos.

Bala perdida
Ao declarar que a busca do foro privilegiado por uma autoridade, como Roseana tenta no caso Lunus, significa uma confissão de culpa, o ministro Reale Júnior (Justiça) disparou acidentalmente contra FHC, que apóia a criação do foro privilegiado para ex-presidentes.

Carteirada de araque
Nelson Pellegrino (PT-BA) denunciará no Conselho de Ética da Câmara, na terça, que a caminhonete do deputado José Aleksandro (PSL-AC) usada para ajudar na fuga de seu irmão Alexandre Alves de uma cadeia no Acre trazia um adesivo falsificado da Câmara dos Deputados.

Passagem aberta
O adesivo, colado no vidro dianteiro do veículo de Aleksandro, trazia o brasão da República e as inscrições: "Câmara Federal" e "trânsito livre". Para o deputado Pellegrino e Ministério Público, o adesivo foi usado para tentar burlar possíveis barreiras da polícia na estrada.

Uso familiar
Em seu depoimento ao Conselho de Ética no ano passado, Aleksandro alegou que a caminhonete foi usada indevidamente por um outro seu irmão. Alexandre, o preso, foi condenado a 12 anos de cadeia por envolvimento com a quadrilha do ex-deputado Hildebrando Pascoal.

TIROTEIO

De Anthony Garotinho (PSB-RJ), desdenhando das previsões políticas do prefeito do Rio, Cesar Maia, que recentemente disse que Serra não viabilizaria sua candidatura à Presidência:
- A melhor maneira para saber o que não vai acontecer na política é ouvir as previsões do Cesar Maia. Ele não acerta uma.

CONTRAPONTO

Regra fashion

Anthony Garotinho (PSB) anunciou há duas semanas que pediria a suspeição do presidente do TSE, Nelson Jobim, no julgamento do STF sobre verticalização das coligações.
O presidenciável argumenta que Jobim não pode participar do julgamento pelo fato de já ter manifestado sua posição na decisão do TSE.
As declarações contrariaram dirigentes do PSB, que consideram que o partido poderá ser prejudicado se comprar uma briga com o magistrado que comandará as eleições.
Assim que leu as declarações na imprensa, Miguel Arraes, presidente do PSB, telefonou para Garotinho e o aconselhou:
- Eu tenho muita experiência na política e posso lhe afirmar que um candidato jamais pode brigar com ninguém que use saia. Por isso, meu caro, nunca brigue com mulher, nem com padre, nem com juiz!

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