DO ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA

O pré-candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, disse ontem em Sorocaba, interior de São Paulo, que seu partido tem de refletir sobre a posição do PFL nas próximas eleições presidenciais. "Não podemos desconsiderar um fato político concreto: o PFL rompeu com o governo. Não digo que isso mude a nossa opinião [sobre o PFL], mas temos que refletir sobre isso", afirmou Ciro, ao ser questionado sobre as declarações do senador Roberto Freire (PPS-PE), que se disse contrário ao apoio do PFL ao PPS.
Apesar de declarar ter uma "relação fraterna" com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que defende o apoio do PFL à sua candidatura, Ciro ressalta divergências com o partido. "Há muitos anos nós temos antagonismos com o PFL. Como governador, meu enfrentamento básico foi contra os coronéis, que eram liderados pelo PFL. É preciso ouvir com respeito a opinião do senador Roberto Freire".
O pré-candidato alega "questões éticas" para não comentar a possibilidade de o PFL apoiar a sua candidatura. "O PFL tem uma candidata, que é uma adversária. Nós temos discussões, mas enquanto ela própria não afirmar isso [a renúncia", eu não posso comentar o assunto."
Questionado sobre se aceitaria o apoio do PFL, Ciro disse: "Se eu disser que sim, estou sendo de uma inocência incompatível com um presidente da República, porque o PFL tem uma candidata. Se eu disser que não, estou cometendo um ato de arrogância, porque estaria desdenhando de uma coisa que não está oferecida a mim". Ele afirmou que só fala sobre hipóteses depois de concretizadas.
O candidato do PPS atacou a suposta inabilidade política do candidato do PSDB, José Serra. "Não se completaram 60 dias que o sr. José Serra se impôs como candidato e a aliança [de sustentação ao governo] explodiu: o PSDB está todo machucado, o PMDB arrebentado, o PTB veio comigo, PPB dividido e o PFL com ódio pela metodologia como ele agiu."


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