DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O produtor cultural, empresário e apresentador de TV Oswaldo Sargentelli, 78, morreu às 10h de ontem no Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro).
Sargentelli estava internado no Centro de Tratamento Intensivo desde as 16h50 de anteontem, após um infarto. Ele passou mal quando gravava uma participação especial na novela "O Clone", da TV Globo. Ele se emocionou durante uma cena em que visitava o bar da Dona Jura, personagem de Solange Couto.
A atriz foi uma das "mulatas do Sargentelli", grupo de dançarinas que se apresentava em espetáculos de samba em casas noturnas do país e do exterior, realizados entre as décadas de 60 e 80.
Na novela, a personagem também foi uma de suas mulatas e iria reencontrá-lo. Parte da cena com Sargentelli e Solange Couto, segundo a Central Globo de Comunicações, chegou a ser gravada, e deve ser exibida como uma homenagem. A direção, no entanto, não havia decidido, até a tarde de ontem, quando irá levá-la ao ar.
Durante a semana, Sargentelli também havia se emocionado ao gravar o seu programa de entrevistas "A Verdade", transmitido às terças, na TVE. No especial, que marcaria um ano do programa, ele falava de suas lembranças.
Socorrido por médicos da Globo nos estúdios da emissora, no Projac (Jacarepaguá, zona oeste), foi levado para o Barra D'Or, onde já chegou em estado de coma.
O hospital informou que os médicos tentaram reanimá-lo com remédios, aparelhos mecânicos e até um marca-passo. O boletim, assinado pelo médico Diamantino Ribeiro Salgado, informa que o músculo cardíaco do paciente era fraco e não respondeu aos estímulos para aumentar a pressão sanguínea. O hospital informou que ele já operara o coração antes.
"Sargentelli morreu como sempre quis: no palco, sob as luzes das câmeras", disse a figurinista Altina Freitas, 68, amiga do apresentador desde 1977. Segundo ela, Sargentelli era viúvo e deixa sete filhos e oito netos.
Ao canal Globo News, Solange Couto disse: "Sargentelli representou pelo menos 75% de tudo o que eu aprendi profissionalmente. É muito bom ter uma lembrança como Oswaldo Sargentelli no meu coração e no meu currículo".
Até o início da tarde, a família ainda não havia chegado ao hospital para decidir o local do velório e do enterro.


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