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ORÇAMENTO
Proposta indica possibilidade de aumento de R$ 3,6 bi no ano que vem
LDO fixa limite para carga tributária em 16,3% do PIB
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao decidir fixar um limite para a
cobrança de impostos e contribuições em 2006 equivalente a
16,3% do Produto Interno Bruto
(conjunto de riquezas produzidas
no país), o governo Lula mantém
o recorde histórico de carga tributária e indica a possibilidade de
aumentar a cobrança em cerca de
R$ 3,6 bilhões no ano que vem.
O limite para a carga tributária é
uma das principais novidades
confirmadas do projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias, a LDO,
que o governo encaminha ao
Congresso amanhã, último dia do
prazo previsto por lei. Os últimos
ajustes aguardam a volta de Lula,
que está em viagem à África.
O limite para os tributos já havia
sido anunciado na última segunda-feira pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, em Belo Horizonte. Ontem, o assunto foi tema de
reunião de mais de duas horas no
Planalto entre os ministros Dirceu, Antonio Palocci (Fazenda),
Aldo Rebelo (Coordenação Política) e Nelson Machado (interino
do Planejamento), além dos líderes do governo no Congresso.
O limite discutido para a carga
tributária é de 16,3% do PIB, o
mesmo percentual registrado em
2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), e em 2004. Segundo dados
do Planejamento, trata-se do mais
alto nível de cobrança de impostos e contribuições registrado na
história recente do país.
Ao anunciar, em fevereiro, o
corte também recorde de
R$ 15,9 bilhões nos gastos autorizados pela lei orçamentária para
2005, o ministro Antonio Palocci
disse que a intenção do governo
era conter a carga tributária no
equivalente a 16,1% do PIB.
Feitas as contas, caso as previsões se confirmem para 2005, a
carga tributária será 0,2% menor
do que o limite em discussão no
governo para 2006. Ou cerca de
R$ 3,6 bilhões, considerando o valor do PIB de 2004.
Considerada medida popular, o
limite da carga tributária já inspirou reações negativas nos partidos que fazem oposição ao governo no Congresso por conta do
percentual em estudo no governo.
O limite foi considerado alto por
parlamentares do PFL e do PSDB.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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