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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Tucano diz que não discute impeachment do presidente porque
numa democracia "isso se resolve com eleição" e promete vitória
Ninguém crê que Lula não sabia de nada, diz Alckmin
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo
Alckmin, disse ontem em Londrina (norte do PR) que nem a "finada velhinha de Taubaté" acreditaria que o presidente Lula não soubesse do esquema de mensalão
em seu governo. Ele descartou,
porém, a proposta de pedido de
impeachment de Lula.
"Eu não discuto impeachment.
No processo democrático isso se
resolve com eleição. E vamos ganhar a confiança do povo e vencer", disse. Alckmin ironizou a
declaração feita por Lula, em Sorocaba, de que a oposição está
"nervosa" com o crescimento
econômico: "É um crescimento
haitiano, só ficamos à frente do
Haiti. Ele já disse que não tem
pressa de o país crescer. É o contrário de Juscelino Kubitschek,
que falava 50 anos em cinco".
O ex-governador disse que não
tem medo de que denúncias sobre
sua administração. "O homem
público tem vida pública. Logo, é
natural que se investigue, mas não
tenho medo de cara feia e nada a
esconder. Participei de nove eleições e cumpri oito mandatos, estou acostumado a isso", afirmou.
Alckmin esteve em Londrina
para visitar a Exposição Agropecuária da cidade e foi aplaudido
pelos pecuaristas ao culpar a política cambial do governo Lula, "fora do ponto de equilíbrio", pelo
mau momento da agropecuária.
Alckmin disse que em seu governo não permitirá invasões de
terra. "Se invadir, terá que desinvadir [sic]. Reforma agrária sim,
invasão de propriedade não. E isso não permitirei", afirmou.
Segundo Alckmin o governo
Lula pratica política do tiro no pé
ao manter os juros em patamares
altos. "Vamos fazer um ajuste fiscal severo e melhorar a qualidade
do gasto público", disse. Ele aproveitou para criticar ainda o governo federal por não conseguir
aprovar, no Congresso, o Orçamento da União. "Esse governo
tem maioria para salvar mensaleiros de serem cassados e não tem
para aprovar o Orçamento. Que
governo é esse?", ironizou.
Ele disse não se incomodar com
a entrada em cena do ex-presidente Itamar Franco, que postula
disputar com Anthony Garotinho
uma candidatura do PMDB à Presidência: "Esse é um problema
que diz respeito ao PMDB".
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