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Prefeitos têm opiniões divergentes sobre mudança na regra eleitoral
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
A proposta de fim da reeleição, com ampliação dos mandatos de quatro para cinco
anos, é assunto controverso para prefeitos das capitais brasileiras. Enquanto Cesar Maia
(DEM, ex-PFL), do Rio e Fernando Pimentel (PT), de Belo
Horizonte, por exemplo, se manifestam contra, outros, como
Beto Richa (PSDB), de Curitiba, defendem a aprovação.
Para Pimentel, a reeleição é
um instrumento de estabilidade política. Segundo ele, é necessário apenas corrigir distorções, como a permanência do
candidato no cargo. "Posso ter
críticas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas
sua reeleição garantiu a estabilidade econômica", justificou.
Essa também é a opinião expressa pela Associação Brasileira de Municípios: de reeleição com ajustes no modelo.
Maia, por sua vez, afirma discordar da proposta, "porque se
dá como meio artificial de se resolver dois imbróglios internos
no PSDB e PT para 2010, completamente desarticulada de
reforma política". "Estranho o
PSDB, que se diz parlamentarista, defender essa tese. Na
verdade, se trata da disjuntiva
da República velha: a política
café-com-leite, só que agora interna ao PSDB", criticou.
Cauteloso, o prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab (DEM),
sugere que a discussão seja
dentro da reforma política.
Richa, por sua vez, diz que a
instituição de um mandato único de cinco anos seria ideal para
o sistema político. "Antes eu
apoiava a reeleição. Mas, na
maioria dos casos, provou não
ser boa porque acaba gerando
desgastes ao próprio governante. Muitos acabam fazendo
acordos escusos, utilizando
exageradamente a máquina, fazendo composições e loteando
o segundo governo", disse ele,
defendendo eleições únicas.
Segundo ele, da forma como
é feito hoje, o processo eleitoral
paralisa a administração pública a cada dois anos.
A mesma opinião é compartilhada pelos prefeitos de Campo
Grande, Nelson Trad Filho
(PMDB), e de Manaus, Serafim
Fernandes Corrêa (PSB).
Para Trad Filho, uma eleição
geral seria mais racional, econômica e possibilitaria uma
discussão única de projetos.
"No ano passado, uma série
de projetos nossos encaminhados a Brasília ficou parada em
razão da legislação eleitoral,
que prejudica os municípios."
Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, o mais
importante é a coincidência
das eleições numa única data.
Ziulkoski afirma que, na sua
opinião, o modelo atual é melhor do que um único mandato.
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