São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003 |
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PT X PT Dos cinco integrantes, só um, da Articulação de Esquerda, deve ser contra Comissão deve recomendar expulsão de radicais do PT
PATRICIA ZORZAN DA REPORTAGEM LOCAL Integrantes da Comissão de Ética petista que analisará o processo disciplinar contra a senadora Heloísa Helena (AL) e contra os deputados federais Luciana Genro (RS) e João Batista Oliveira de Araújo, o Babá (PA), avaliam que os três parlamentares devem ser expulsos da legenda. Dirigentes petistas ouvidos pela Folha afirmam que o placar hoje na comissão, composta por cinco membros, será provavelmente de quatro votos a favor da expulsão e apenas um contra. Os cinco estão proibidos de falar à imprensa. O voto contrário, apostam os petistas, deverá vir de Lígia Mendonça (PR), que pertence à corrente radical Articulação de Esquerda. Integrante da também esquerdista Democracia Socialista (a mesma corrente da senadora Heloísa Helena), Newton Gomes, secretário do programa de segurança alimentar do governo federal, é dado como voto praticamente certo a favor da expulsão. Isso porque a DS já divulgou nota em que atacava "medidas judiciais contra o governo e articulações com setores de outros partidos relativas às reformas" propostas pelo governo federal. A iniciativa criticada foi encabeçada pela própria senadora, em encontro realizado com o presidente do PDT, Leonel Brizola. Presidida por Danilo Camargo, secretário de Finanças do PT paulista, a comissão é formanda ainda por Luiz Turco, secretário de organização do PT-SP, e Vanilda Aparecida (GO). Camargo integra a corrente Democracia Radical, e os outros dois, a Articulação. As duas correntes compõem o Campo Majoritário, do qual fazem parte também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro José Dirceu (Casa Civil) e o presidente do PT, José Genoino. Formalmente, a comissão tem 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para ouvir os parlamentares e elaborar um parecer sobre o caso. O grupo pode propor a absolvição ou um dos nove tipos de pena previstos no estatuto do PT. As punições estabelecidas vão da advertência reservada à expulsão. A primeira reunião do grupo aconteceu ainda anteontem. No encontro, foi definido o cronograma inicial dos trabalhos. Ontem foram enviadas notificações a cada um dos acusados solicitando a apresentação de suas respectivas defesas em dez dias. O prazo se esgota no dia 23. Foi decidido ainda que no dia 25 haverá uma audiência, às 10h, na sede do PT, em São Paulo, para que os parlamentares possam se manifestar e apresentar até oito testemunhas de defesa. A principal questão a ser debatida pela comissão, segundo a Folha apurou, será quanto à existência de comportamentos que indiquem "rompimento do compromisso partidário e com o governo". A Folha apurou que integrantes da comissão, instância tratada como a "última tentativa de mediação" com os radicais, consideram já haver provas suficientes desse rompimento. A única saída, dizem os petistas, seria o compromisso formal dos acusados de que votarão nas reformas de acordo com a posição da maioria da bancada, hipótese já descartada pelos três. Luciana Genro, Babá, e João Fontes (SE) foram criticados por não terem participado do debate sobre a reforma da Previdência promovido ontem pela bancada do partido. Os três chegaram à reunião duas horas após o início e ficaram só 20 minutos no local. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Punição é absurda, diz moderado Índice |
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