DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, afirmou ontem, um pouco constrangido, que a deputada federal Luciana Genro (PT-RS), sua filha, é "uma pessoa de caráter e responde por seus próprios atos".
"Temos posições políticas diferentes. Ela é uma deputada, tem um mandato", declarou Tarso Genro. Questionado pelos jornalistas se ele tem conversado ou aconselhado a filha sobre o caso, o ministro disse: "Conversamos sobre tudo, menos política".
Em 1996, Luciana criticou a administração de seu pai na Prefeitura de Porto Alegre por não ter apoiado uma greve geral. No ano 2000, quando era deputada estadual, chegou a ser proibida de se manifestar pela bancada durante um mês por ter votado contra o veto do então governador Olívio Dutra (PT) a um projeto de interesse dos professores estaduais.
A Executiva do PT aprovou a abertura de processo disciplinar que pode resultar na expulsão de Luciana, do deputado João Batista Oliveira, o Babá (PA), e da senadora Heloísa Helena (AL). Os três têm criticado as propostas de reforma do governo Lula e afirmam que votarão contra pontos polêmicos defendidos pelo governo.
Tarso disse que a decisão sobre uma possível expulsão de Luciana será do partido: "Eu não participo dessa discussão. É uma questão entre o partido e os deputados. Mas, se tiver que votar, vou me declarar suspeito para fazê-lo".
O ministro fez questão de dizer que a decisão sobre a expulsão é do PT e não do governo Lula. O pedido de abertura do processo disciplinar contra os deputados e a senadora foi apresentado à Executiva do partido pelo secretário de Organização, Sílvio Pereira, braço operacional do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.


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