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Lula "propõe" trocar o dissidente Geddel pelo radical petista Babá
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Num momento de descontração do almoço com os peemedebistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma proposta
inusitada: mandar o deputado federal rebelde Babá (PT-PA) para
o PMDB em troca do dissidente
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
Após o encontro, os peemedebistas criticaram a ação do governo e elogiaram a atuação de Lula,
que, pouco antes do almoço, percorreu todas as mesas às quais se
sentaram os congressistas do
PMDB. A cortesia amainou os
ânimos de Eliseu Padilha (PMDB-RS) e Geddel, que se queixavam
do atraso de uma hora do presidente ao encontro.
De dieta, Lula comeu apenas
um pequeno pedaço de carne e algumas vagens, dispensando as
batatas fritas. Também recusou o
vinho que insistiam em oferecer a
ele, e encarregou o vice-presidente, José Alencar, da missão. "Beba
por mim, porque eu não estou bebendo nada", teria dito, segundo
participantes.
A platéia, "80% lulista", na análise de um deputado, ouviu atentamente o discurso de Geddel,
que criticou a fala do líder do
PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), na qual ele apresentava
o apoio "unânime" do partido ao
governo Lula.
Em meio às farpas, Geddel chegou a chamar Calheiros de "ministro". No desfecho, o deputado
pediu a Lula que não fosse cruel
ao respondê-lo.
Lula atendeu. Disse que queria
muito ter o PMDB em sua base,
mas que não entraria nas questões internas do partido.
O presidente afirmou que já tinha muito trabalho com seus
"próprios radicais livres". E, finalizando, fez uma proposta: "Só se
vocês quiserem trocar o Babá pelo
Geddel".
Troca de convicções
Após o pronunciamento, Geddel respondeu ao presidente Lula,
em tom de brincadeira: "Em termos de convicção, teriam que trocar a Heloísa Helena (PT-AL), o Lindberg [Farias] (PT-RJ) e o Babá por mim".
Na mesa principal do almoço estavam o presidente Lula, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o ministro José Dirceu (Casa Civil), os dois líderes do
PMDB na Câmara, Eunício Oliveira, e no Senado, Renan Calheiros, os líderes do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e na Câmara, Aldo Rebelo
(PC do B-SP), o presidente do PMDB, deputado Michel Temer
(SP), e o futuro líder do governo no Congresso, Amir Lando (PMDB-RO).
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