São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

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Tele contratou pessoas ligadas ao PT

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas do banqueiro Daniel Dantas mantiveram contratos com a Gamecorp (que tem por sócio um dos filhos do presidente Lula) e o advogado Antônio Carlos de Almeida Prado, o Kakay, ligado ao ex-ministro José Dirceu.
Segundo Dantas, isso era responsabilidade dos executivos que comandavam suas empresas. "Alguns executivos da companhia tinham a visão de que, se contratassem pessoas ou empresas próximas ao governo dariam uma demonstração de que não tinha nada contra o governo, que não havia viés anti-PT ou antigoverno."
Kakay confirma que foi contratado, por R$ 8 milhões, pela Brasil Telecom em 2004, conforme noticiou ontem a revista "Veja". Mas diz que a prestação de serviço foi acertada sem "ter conversado com Dantas". Kakay afirma que, num primeiro momento, havia rejeitado a oferta, por envolver antigos clientes do PSDB. Depois, concordou quando informado que iria representar a empresa em um caso específico.
Posteriormente, foi acertado um segundo contrato, negociado diretamente com Dantas, no dia em que houve uma operação de busca e apreensão na casa do banqueiro. Segundo o advogado, esse serviço foi contratado às pressas -por isso, diz, não acredita que tenha sido chamado numa operação de cerco aos petistas.
Dantas diz que suas empresas eram responsáveis pelas escolhas das prestadoras de serviço e que isso explicaria os contratos com o publicitário Marcos Valério, que detinha as contas da Telemig Celular e da Amazônia Celular.
A revista "Veja" informa que a Gamecorp, empresa de Fábio Luís Lula da Silva (filho do presidente Lula), recebeu R$ 100 mil mensais da Brasil Telecom. "Eu nunca paguei nada ao filho do presidente. A "Veja" decidiu colapsar à Brasil Telecom e à mim, como se eu fosse onipresente, onipotente e onisciente e soubesse tudo que a Brasil Telecom estava fazendo. A Brasil Telecom tinha um contrato de compra de conteúdo com a Gamecorp, mas eu não tinha a mínima noção disso", afirmou.
Já em relação ao advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula e que teria recebido R$ 1 milhão do grupo Opportunity, Dantas diz: "Ele nunca prestou serviços para o Opportunity. O que ele fazia para a Brasil Telecom e quanto recebia eu não sei, porque não tomava conta do jurídico de lá." "É como chegar ao Citi e perguntar: quanto ganhou o advogado tal da Brasil Telecom? Vocês estão pagando quanto à tal rede de TV? Eles não sabem. Quem saberá é o presidente da empresa", completou.


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