São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

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Soros diz lamentar uso de suas "ponderações"

CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

O megainvestidor George Soros lamentou ontem, em Londres, que o que chamou de "ponderações" suas tenham sido usadas na campanha eleitoral brasileira.
Soros refere-se à publicação, no sábado, de sua conversa com a Folha, na noite de quinta-feira da semana passada, em que avaliou que o mercado financeiro impõe ao Brasil escolher entre José Serra (PSDB) e a perspectiva de caos que adviria da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Soros, em rápido contato com o jornal "Valor Econômico" e com a "Agência Estado", disse: "Eu não fiz o comentário público naquele dia e não vou fazê-lo agora, porque não quero influenciar [o processo eleitoral"", conforme o relato de João Caminoto, da "Agência Estado".
Depois de lamentar o uso de suas "ponderações" na campanha, Soros acrescentou: "Estou ficando de fora, seria inapropriado para mim ser usado na eleição".
Soros disse que a reportagem da Folha "foi feita por um jornalista que escutou conversas privadas durante a reunião do Council on Foreign Relations que tem uma regra que determina que elas sejam confidenciais".
A afirmação de Soros não corresponde aos fatos. O megainvestidor conversou com o repórter da Folha, que participava do seminário do Council, durante o jantar que se seguiu à sessão inaugural. Não foi, portanto, durante uma sessão do Council que, de fato, impõe a reserva do nome dos expositores.
O repórter não ouviu "conversas privadas" mas conversou, ele próprio, com Soros, apresentando-se como jornalista.



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