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Soros diz lamentar uso de suas "ponderações"
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
O megainvestidor George Soros
lamentou ontem, em Londres,
que o que chamou de "ponderações" suas tenham sido usadas na
campanha eleitoral brasileira.
Soros refere-se à publicação, no
sábado, de sua conversa com a
Folha, na noite de quinta-feira da
semana passada, em que avaliou
que o mercado financeiro impõe
ao Brasil escolher entre José Serra
(PSDB) e a perspectiva de caos
que adviria da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Soros, em rápido contato com o
jornal "Valor Econômico" e com
a "Agência Estado", disse: "Eu
não fiz o comentário público naquele dia e não vou fazê-lo agora,
porque não quero influenciar [o
processo eleitoral"", conforme o
relato de João Caminoto, da
"Agência Estado".
Depois de lamentar o uso de
suas "ponderações" na campanha, Soros acrescentou: "Estou ficando de fora, seria inapropriado
para mim ser usado na eleição".
Soros disse que a reportagem da
Folha "foi feita por um jornalista
que escutou conversas privadas
durante a reunião do Council on
Foreign Relations que tem uma
regra que determina que elas sejam confidenciais".
A afirmação de Soros não corresponde aos fatos. O megainvestidor conversou com o repórter
da Folha, que participava do seminário do Council, durante o
jantar que se seguiu à sessão inaugural. Não foi, portanto, durante
uma sessão do Council que, de fato, impõe a reserva do nome dos
expositores.
O repórter não ouviu "conversas privadas" mas conversou, ele
próprio, com Soros, apresentando-se como jornalista.
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