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CIRO
Serra tenta "impor censura prévia", diz PDT
RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com suas oportunidades de TV
limitadas pela legislação eleitoral,
a campanha de Ciro Gomes decidiu reagir dando nome aos bois.
No programa do PDT exibido
ontem, o relato da convenção em
que o partido se uniu a PTB e PPS
em torno da candidatura do ex-governador foi precedido por um
manifesto contra as investidas do
PSDB para manter Ciro longe dos
horários das legendas aliadas.
"Apesar dos protestos de José
Serra, a presença de candidatos
nos programas partidários não é
surpresa", diz o locutor. Na tela,
cenas de inserções do tucano, de
Lula (PT) e de Garotinho (PSB).
A argumentação omite o calcanhar-de-aquiles de Ciro. Os outros ignoraram a lei ao utilizar horários de "divulgação partidária"
para promoção de candidaturas.
Mas o presidenciável do PPS tem
contra si o fato de pretender fazer
o mesmo nos programas de siglas
às quais não é filiado.
Por outro lado, o discurso de
ontem marca um ponto ao destacar que "o PSDB tenta atingir especialmente Ciro". Os tucanos
não se mexeram quando Garotinho usou horários de "nanicos".
A estratégia é clara. Acusando
Serra de tentar "impor censura
prévia aos programas", tenta-se
refrear o ímpeto do PSDB, que terá ônus de imagem se insistir em
ir à Justiça para tirar Ciro do ar.
Os 20 minutos incluíram biografia do candidato e material
gravado na convenção que oficializou a Frente Trabalhista. Falaram os filhos de Ciro e a namorada, Patrícia Pillar. Natural diante
da câmera como nenhum outro
participante do programa, a atriz
o definiu como "grande companheiro" e disse querer "caminhar
junto com ele para a vitória".
O programa esticou ao limite
determinações do Tribunal Superior Eleitoral, que liberou cenas de
candidatos em atos políticos na
propaganda de aliados, mas manteve veto à participação direta.
Adversários dirão que Ciro incorreu no último delito. Ele fala
(bastante) no programa, e não
apenas em frases retiradas do plenário da convenção. Sua campanha dirá que o material foi colhido no evento de Pindamonhangaba, "ato político" passível de divulgação na propaganda do PDT.
A operação é de risco. Em quarto nas pesquisas, Ciro decidiu corrê-lo na tentativa de chegar com
chances ao horário gratuito.
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