São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Foco

Capitão desertou e roubou metralhadoras de quartel para fazer a luta armada

Reprodução
Lamarca, ainda no Exército, dá lições de tiro a funcionários do Bradesco, em Quitaúna


DA REDAÇÃO

O capitão do Exército Carlos Lamarca, nascido em 23 de outubro de 1937, no Rio, e morto em 17 de setembro de 1971, em Ipupiara (BA), desertou do Exército em 25 de janeiro de 1969 levando armas e munições do quartel de Quitaúna, em Osasco.
Na ação, Lamarca, que tinha ingressado na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) -grupo de esquerda adepto da luta armada e de atos terroristas contra a ditadura- deixou Quitaúna com 63 fuzis, dez metralhadoras e munição.
Em 9 de maio de 1969, o grupo do terrorista fez assalto simultâneo às agências do Banco Mercantil de São Paulo e do Banco Itaú, em São Paulo. Na ocasião, o guarda civil Orlando Pinto Saraiva foi morto com um tiro na nuca por Lamarca. Em 18 de julho, nova ação: Lamarca e companheiros de VPR roubam o cofre do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros.
Lamarca viveu dez meses em São Paulo até seguir para o Vale da Ribeira. Lá permaneceu até maio de 1970, quando foi cercado por tropas. Lamarca conseguiu romper o cerco. Na fuga, ele matou o tenente Paulo Mendes Júnior, que tinha sido feito prisioneiro, a coronhadas.
Em dezembro, o terrorista voltou a agir. Ele comandou, no Rio, o seqüestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher. Na ação, o agente da PF Hélio de Carvalho Araújo, que fazia a proteção ao embaixador, foi morto.
Em maio de 1971, Lamarca e Iara Iavelberg, sua companheira desde 1969, ingressam no MR-8 e partem para Bahia, Lamarca vai para Buriti Cristalino e Iara para Salvador. Iara acaba cercada pela forças de segurança em agosto de 1972. Para não ser presa, ela se suicida.
Uma grande operação é montada pelo Exército e Polícia Militar. Lamarca foge durante 19 dias, percorrendo quase 300 quilômetros. No dia 17 de setembro, foi surpreendido por uma patrulha. Lamarca estava desnutrido, asmático e provavelmente com a doença de Chagas. Nesse local, ele e seu companheiro, José Campos Barreto, foram mortos a tiro.


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