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DATAFOLHA
Lula e Fernando Henrique Cardoso podem ser os maiores beneficiados pela eventual troca de candidatos
40% admitem mudar o voto até eleição
da Reportagem Local
De cada 10
eleitores que já
escolheram um
candidato, 4 admitem que ainda podem mudar seu voto até
a eleição. Se isso
acontecer, os favoritos tendem a
ser os maiores beneficiados pela
mudança.
É o que mostra um item da pesquisa nacional Datafolha no qual o
entrevistador pergunta ao eleitor
se ele considera que seu voto "está
totalmente decidido" ou se "ainda pode mudar o voto".
Entre os eleitores de Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) e de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 2 a
cada 3 responderam que estão decididos. Em ambos os casos, os
votos "volúveis" somam 1/3 do
total.
Já entre os candidatos com menos intenção de voto, a "certeza"
do eleitorado é ainda menor: 53%
dos eleitores de Ciro Gomes (PPS)
admitem trocar de candidato, assim como 54% dos de Enéas Carneiro (Prona), e 62% dos dos demais presidenciáveis.
Em seguida, o pesquisador perguntou qual a segunda opção de
voto desse eleitor "volúvel". As
respostas beneficiam os favoritos:
21% optariam por Lula, 17%, por
FHC, e 14%, por Ciro. Outros 12%
disseram que anulariam o voto, e
20% não souberam responder.
Isso significa que, mantido o
atual cenário eleitoral, o candidato do PT poderia "roubar" até nove pontos percentuais de seus adversários. Ou então, que FHC poderia abocanhar até sete pontos
percentuais dos outros presidenciáveis. Ciro poderia ficar com até
seis pontos dos rivais.
Em outras palavras, no que depender de cooptar eleitores de outros candidatos, Lula tem hoje um
"limite" de crescimento de 39%
das intenções de voto, enquanto
FHC tem um "teto" de 40%. Ciro
fica bem abaixo: chegaria a, no
máximo, 14%.
As expressões "limite" e "teto"
estão entre aspas porque só valem
para o momento em que foi feita a
pesquisa. O cenário eleitoral pode
mudar no futuro e, com ele, os
percentuais "máximos" de crescimento dos presidenciáveis.
Além disso, ainda há 21% de
eleitores sem candidato, que podem migrar para um presidenciável até a eleição.
Essa parte da pesquisa indica
que, mantido o atual quadro, é
mais provável que FHC e Lula recebam votos dos demais candidatos do que o contrário. A tendência é uma polarização da eleição
entre os dois favoritos.
Apesar de eles terem mais chances de roubar votos dos adversários à medida que a campanha se
intensificar, ainda não há sinais de
que essa polarização leve a uma
definição da eleição ainda no primeiro turno.
Os votos mantidos pelos demais
candidatos seriam suficientes para, somados aos do segundo colocado, levar a eleição para o 2º turno -uma vez que superariam a
votação do primeiro colocado.
Desde que nem FHC nem Lula
abram uma vantagem muito grande um em relação ao outro.
Tempo de definição
Como não poderia deixar de ser,
a pesquisa mostra ainda que o voto em Lula é mais recente: 33% dos
eleitores do petista dizem ter decidido votar nele há menos de seis
meses. No caso de FHC, esse percentual é menor: 27%.
Em outras palavras, cerca de 3
em cada 4 eleitores do presidente
definiram seu voto antes do lançamento do pacote econômico de 51
medidas, em novembro.
Nos últimos seis meses, Fernando Henrique conquistou proporcionalmente mais novos votos entre os eleitores jovens.
(JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO)
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