São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998

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SÃO PAULO
Confronto marca disputa em SP
PFL aprova apoio a Maluf em convenção

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local


O PFL paulista aprovou ontem por 393 votos a 234 a coligação com o PPB e o apoio à candidatura de Paulo Maluf ao governo do Estado de São Paulo. O resultado, que deu aos aliados de Maluf 61,02% do total dos votos, foi divulgado no começo da noite.
Os pefelistas confirmaram também a indicação do deputado Luiz Carlos Santos para concorrer como vice de Maluf e a de Antonio Cabrera como postulante a uma vaga no Senado.
A convenção estadual ocorreu em clima de confronto. O pré-candidato Agripino Lima foi ao encontro com colete à prova de balas e seu filho, o deputado federal Paulo Lima, foi agredido por seguranças do evento.
Lima desafiou a direção do PFL, que defendia a aliança com o PPB, e submeteu sua candidatura aos convencionais. Obteve uma votação (36,3%) considerada expressiva por vários integrantes do partido. Está decidido a não apoiar Maluf e ameaça deixar o PFL. Lima diz que deve apoiar a candidatura de Francisco Rossi (PDT) ou de Mário Covas (PSDB).
A convenção começou às 9h no centro de convenções do Anhembi. O anfiteatro escolhido para o encontro não comportou as dezenas de cabos eleitorais que foram ao local -a maioria contratada por candidatos a deputado.
O deputado Paulo Lima disse que foi impedido três vezes de entrar no local de votação por seguranças. "Tive de entrar na marra, levando bordoada, batendo, rasgando minha camisa", disse, em meio a uma crise de choro.
A convenção foi precedida de acusações mútuas de compra de votos de convencionais.
A tática da chapa de Lima incluiu o pagamento de transporte e hospedagem de cerca de 300 convencionais em um hotel de São Paulo.
Na campanha, a direção do PFL ameaçou intervir em 133 diretórios e dissolver outros 103 para reduzir as chances de Lima. A idéia acabou sendo abandonada.
Ex-prefeito de Presidente Prudente, Lima é dono de uma universidade e de um hospital e já foi multado pela Receita Federal em R$ 80 milhões, acusado de sonegação fiscal.



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