São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Raspar o tacho
Pimenta da Veiga (PSDB-MG), coordenador da campanha presidencial de José Serra, gastou antes de deixar o cargo, em abril, toda a verba de publicidade do Ministério das Comunicações prevista para este ano.

Outdoor
Dos R$ 3 milhões que o ministério tinha para publicidade, Pimenta da Veiga empenhou R$ 2,999 milhões em fevereiro. Todo o valor foi pago às agências em março. Seu sucessor, Juarez Quadros, não tem recursos nem para campanhas institucionais.

Novos tempos
As alianças heterodoxas do PT não se limitam a Orestes Quércia e ao PL. Em Rondônia, parte do partido apóia o governo Ernandes Amorim (PRTB), que está coligado com PC do B e PCB. Amorim se elegeu prefeito de Ariquemes em 2000 para evitar ter seu mandato de senador cassado pelo TSE.

Sem problemas
Em RR, o PT fechou uma coligação formal com o PFL, o PL e o PSL do atual governador, Flamarion Portela. No Acre, a coligação petista inclui o Prona de Enéas. E no Amazonas o parceiro é o PRTB de Fernando Collor.

Distância tucana
Ciro Gomes está certo de que José Serra e FHC votariam em Lula em um eventual segundo turno entre ele e o petista.

Estepe governista
Argumento do comando do comitê eleitoral de Ciro para convencer empresários a financiar a campanha do ex-ministro da Fazenda: Ciro tem muito mais chances do que Serra de derrotar Lula no segundo turno.

Intriga diplomática
Rubens Barbosa, embaixador do Brasil em Washington, está descontente com a falta de ação de Celso Lafer (Relações Exteriores) na restrição dos EUA ao aço brasileiro. Barbosa reclama a interlocutores que se o Itamaraty agisse com mais firmeza o embargo já teria sido revertido.

Pesos e medidas
Depois da crise do ES, a OAB quer intervenção federal em SP. Advogados paulistas prometem lotar o auditório do STF no dia 7 de agosto, quando serão julgados três pedidos de intervenção. A dívida de Alckmin com precatórios é de R$ 10 bilhões.

Peça decorativa
A Câmara de Santo André, onde corre a CPI que apura denúncia de propina para a campanha do PT, comprou em 99 um painel eletrônico por cerca de R$ 100 mil. O aparelho quebrou após três meses de uso e, desde então, nunca mais foi usado.

Apoio trincado
Ao reclamar maior apoio à candidatura do pai, Romeu Tuma (PFL), Robson Tuma (PFL-SP) entrou em atrito com Alckmin, em reunião na quinta-feira na sede do PSDB em SP. Robson abandonou a sala, mas voltou após pedidos de colegas.

Mágoa mútua
Robson Tuma disse que seu pai, candidato ao Senado em aliança com o PSDB, estava "magoado" com o tratamento dispensado pelo governador. De forma ríspida, Alckmin respondeu que não havia razão.

Colar imagem
Slogan de Antônio Cabrera (PTB), candidato ao governo de SP: "Ciro lá, Cabrera aqui".

Durou pouco
Depois de anos de disputas entre os ministros da Justiça e Alberto Cardoso (Segurança Institucional), a melhor "dobradinha" que Reale Jr. fez no governo foi justamente com Cardoso. Os dois, aliás, se despediram com um jantar na terça-feira.

Auto-suficiente
De Collor (PRTB), sobre o publicitário Lucas Pacheco, que atua em sua campanha ao governo de AL, ser identificado como "marqueteiro": "Não gosto, não preciso e não quero nenhum marqueteiro comigo".

TIROTEIO

De Campos Machado, vice-presidente nacional do PTB, sobre as críticas de Serra a Ciro e as chances de Lula:
- O candidato tucano sabe que a disputa com Ciro pelo segundo turno é uma final antecipada, assim como foi o jogo Brasil e Inglaterra. Quem ganhar a vaga [para a disputa com Lula] será o novo presidente.

CONTRAPONTO

Profeta tupiniquim

Leonel Brizola (PDT-RJ) foi um dos primeiros políticos a explorar o potencial eleitoral dos evangélicos. Muito antes da chegada à política da Igreja Universal, o líder pedetista já usava em seus discursos passagens bíblicas para atingir essa fatia do eleitorado.
No início do governo do hoje senador José Sarney (PMDB-AP), Brizola gravou um programa de TV do PDT falando sobre a transição liderada pelo presidente rumo à democracia. Começou até de forma positiva para o maranhense:
- Assim como Moisés, Sarney tinha a missão de conduzir o povo pelo deserto rumo à Terra Prometida.
Na sequência, porém, Brizola mudou o tom, arrancando gargalhadas de seus assessores que estavam no estúdio de gravação:
- Mas o Sarney acampou no meio do deserto e quer matar o povo de sede!


Próximo Texto: Eleições 2002/Bastidores: Reunião em Brasília selou acordo entre Ciro e Aécio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.