São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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ELEIÇÕES 2002/DATAFOLHA

  Em 1998, melhores resultados do petista foram no Sul e Sudeste

  Hoje o presidenciável se sai melhor nos chamados "grotões"

Norte e Nordeste puxam votação de Lula

RENATO FRANZINI
DA REDAÇÃO

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as principais responsáveis pelo crescimento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste ano, numa comparação com o resultado final da última eleição.
Em 1998, Lula teve nessas três regiões seu pior resultado relativo (votos recebidos em relação ao total de votos apurados). Hoje, é exatamente nelas que o petista tem seus maiores percentuais de intenção de voto. O fenômeno inverso ocorre no Sul e Sudeste.
Considerando todo o Brasil, Lula tem hoje 38% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha, realizada nos dias 4 e 5 deste mês.
Isso significa que, se a eleição fosse hoje, o petista teria grande chance de receber em torno de 38% dos votos -mais precisamente, teria 95% de chances de ter entre 36% e 40% dos votos.
Esses 38% estão bem acima dos 26% do Lula de quatro anos trás.
Em 4 outubro de 1998, o petista recebeu 21.475.218 votos para presidente, 26% do total de votos apurados, e perdeu a eleição no primeiro turno para o tucano Fernando Henrique Cardoso.
Mas esse crescimento do petista de 1998 para cá não foi homogêneo em todo o país.
Nas regiões Norte e Centro-Oeste, Lula teve 20% dos votos apurados apurados em 1998. Na última pesquisa Datafolha, ele tem 44% das intenções de voto dessas regiões (que são unificadas no levantamento do instituto).
A grande diferença também é verificada no Nordeste, onde ele teve 24% dos votos em 1998 e hoje tem 42% das intenções de voto.
Já nas outras duas regiões, a diferença é bem menor. No Sudeste, ele teve 26% dos votos há quatro anos e hoje tem 34% das intenções de voto. Na região Sul, Lula teve 33% e hoje tem 37%.
O Datafolha mostra que esse comportamento regional tem sido constante em pesquisas feitas desde dezembro do ano passado.
No Norte/Centro-Oeste, seu pior resultado foi em pesquisas em março e abril, quando obteve 35% das intenções de voto. No Nordeste, o pior resultado foi em março (32%). Ou seja, sempre acima do resultado de 1998.
A única exceção é a região Sul, onde o percentual de intenção de votos de Lula é mais volátil: ele foi de 26% em abril, mas chegou a atingir 48% no mês de junho.

Peso eleitoral
Os resultados de Lula no Norte, Nordeste e Centro-Oeste puxaram para cima seu total nacional porque foram muito expressivos, já que essas regiões concentram pouco mais de 1/3 dos votos.
Em 1998, essas regiões tiveram 31.084.530 (37,32%) dos 83.297.773 votos apurados no Brasil -naquele ano, havia 106 milhões de eleitores registrados; neste ano há 115,2 milhões, segundo dados preliminares.
O Sudeste sozinho teve 46,09% do total de votos apurados em 1998 e o Sul, 16,57%.

Ciro
O presidenciável Ciro Gomes (PPS), o outro candidato presente nas duas eleições, teve um fenômeno diferente do de Lula.
A curva de intenção de voto de Ciro apresentava uma tendência de queda desde dezembro do ano passado, quando obteve 16% em pesquisa Datafolha. No início de junho, ele bateu em 11%.
Foi um resultado muito próximo dos 9% de 1998 -na eleição, Ciro recebeu 7.426.190 (9%) do total de votos apurados.
Depois de um mês de intensa exposição na TV, Ciro subiu 7 pontos e obteve 18% na última pesquisa Datafolha.
Em seu caso, o crescimento aconteceu em todas as regiões: de 10% para 15% no Norte/Centro-Oeste; de 16% para 21% no Nordeste; de 10% para 18% no Sudeste; e de 8% para 17% no Sul.


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