UOL

São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em uma frase, presidente ataca FHC e Clinton

DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

O debate sobre o papel dos Estados Unidos na cena mundial acabou servindo de pretexto para uma dura crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto a seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, como a Bill Clinton, ambos membros fundadores do movimento chamado originalmente "Terceira Via" (agora "Governança Progressista").
Lula citou o intenso relacionamento de FHC com Clinton, lembrou que seu antecessor dormira uma vez em Camp David, uma das residências oficias do governo dos EUA, reservada para hóspedes queridos, e emendou: "Todo dia, [FHC] telefonava para o Clinton ou o Clinton telefonava para ele". Aí cobrou: "Em oito anos [de governo FHC], não houve um único gesto político e econômico para ajudar o Brasil, nenhum centavo para ajudar o Brasil".
Não é bem assim: a interferência de Clinton foi decisiva para que o FMI (Fundo Monetário Internacional) concedesse um empréstimo ao governo FHC para enfrentar o ataque ao real, em 1998, e em seguida para a transição do câmbio semifixo para o flutuante, depois que, no ano seguinte, o mercado derrubou a moeda brasileira.
Lula afirmou que, com Bush, pretende "ter outra relação", que não especificou. De todo modo, um segundo pacote do FMI, na turbulência do período eleitoral, teve suporte da gestão Bush.
A crítica de Lula surge três dias após FHC atacar a gestão petista, tanto no quesito política externa como no "Fome Zero". (CR)


Texto Anterior: Saiba mais: Plano Marshall reergue Europa após 2ª Guerra
Próximo Texto: Direitos humanos dividem Lula e Blair
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.