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Boa Vista tem energia venezuelana há 20 dias
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
Há 20 dias a população de Boa
Vista (cidade de 203 mil habitantes) está consumindo a energia do
Complexo Hidrelétrico de Guri-Macágua, que fica na Venezuela.
A novidade só é visível nas ruas
da cidade por causa da rede de
transmissão de 700 km de extensão, mas faz muita diferença no
cotidiano das famílias que moram
próximas às usinas termoelétricas
Floresta e Centro.
As duas barulhentas usinas,
agora transformadas em subestações do complexo hidrelétrico, foram desativadas após quatro décadas de funcionamento.
"A gente não tinha sossego com
aquele barulho, era uma tristeza.
Agora que acabou, foi uma maravilha, mas no fundo até sinto saudades do barulho", diz Rosília de
Oliveira, 61, vizinha da usina do
Centro há 13 anos.
Delva Oliveira Batista, 16, vizinha da usina Floresta, diz que o
barulho da termoelétrica já é coisa
do passado, mas sua família terá,
agora, que reeducar a voz. "Devido ao barulho, fechávamos as janelas da casa e éramos obrigados
a falar muito alto dentro de casa."
No bolso do consumidor a energia de Guri não trará muita diferença, já que o governo federal decidiu não baixar a tarifa de energia (R$ 180 por MWh). O governo
é que sentirá a diferença, pois deixará de desembolsar mensalmente R$ 4,5 milhões, valor do subsídio à compra de 10 milhões de litros de óleo diesel da Petrobras
que abasteciam as térmicas.
"Nós vamos perder esse subsídio e vamos ter que bancar essa
energia. Teremos que nos adequar a essa nova realidade", afirmou Ângelo do Carmo, diretor da
Boa Vista Energia, uma subsidiária da Eletronorte.
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