São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Boa Vista tem energia venezuelana há 20 dias

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

Há 20 dias a população de Boa Vista (cidade de 203 mil habitantes) está consumindo a energia do Complexo Hidrelétrico de Guri-Macágua, que fica na Venezuela.
A novidade só é visível nas ruas da cidade por causa da rede de transmissão de 700 km de extensão, mas faz muita diferença no cotidiano das famílias que moram próximas às usinas termoelétricas Floresta e Centro.
As duas barulhentas usinas, agora transformadas em subestações do complexo hidrelétrico, foram desativadas após quatro décadas de funcionamento.
"A gente não tinha sossego com aquele barulho, era uma tristeza. Agora que acabou, foi uma maravilha, mas no fundo até sinto saudades do barulho", diz Rosília de Oliveira, 61, vizinha da usina do Centro há 13 anos.
Delva Oliveira Batista, 16, vizinha da usina Floresta, diz que o barulho da termoelétrica já é coisa do passado, mas sua família terá, agora, que reeducar a voz. "Devido ao barulho, fechávamos as janelas da casa e éramos obrigados a falar muito alto dentro de casa."
No bolso do consumidor a energia de Guri não trará muita diferença, já que o governo federal decidiu não baixar a tarifa de energia (R$ 180 por MWh). O governo é que sentirá a diferença, pois deixará de desembolsar mensalmente R$ 4,5 milhões, valor do subsídio à compra de 10 milhões de litros de óleo diesel da Petrobras que abasteciam as térmicas.
"Nós vamos perder esse subsídio e vamos ter que bancar essa energia. Teremos que nos adequar a essa nova realidade", afirmou Ângelo do Carmo, diretor da Boa Vista Energia, uma subsidiária da Eletronorte.



Texto Anterior: Com Chávez de olho no relógio, Fidel faz discurso de 35 minutos
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.