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Maluf admite ter sido condenado e
ameaça deixar preso sem colchão
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Maluf (PPB), candidato
ao governo paulista, admitiu ontem pela primeira vez o que ele e
sua assessoria negavam: sim, o
pepebista foi condenado judicialmente e não tem direito a recurso.
A sentença foi dada em um processo que trata do uso de verbas
da Prefeitura de São Paulo para
pagar anúncio de interesse pessoal na gestão Maluf (93-96).
A condenação se deu por improbidade. Na época, Maluf e sua
assessoria negaram que ele tinha
sido condenado. Ontem, em entrevista ao "SPTV", da TV Globo,
ele ainda repetiu uma frase que vinha usando em sua campanha:
"Em 35 anos de vida pública, não
tenho nenhuma condenação".
Minutos depois, questionado
novamente por um dos apresentadores do programa, ele admitiu:
"Não tem nenhuma condenação
criminal. É uma condenação cível, e estamos discutindo se devo
ou não pagar o anúncio que fiz
defendendo a prefeitura".
O anúncio mencionado por
Maluf envolve um gasto de R$
68.726,07 feito pela prefeitura em
1994 para custear publicidade na
primeira página do jornal "O Estado de S. Paulo" em que José Altino Machado, então secretário de
Negócios Jurídicos, defendia Maluf de críticas de um empresário.
Dias antes, também em anúncio, Georges Gazale reclamara de
uma demolição, ordenada pela
prefeitura, de parte de sua floricultura, que avançava a calçada.
O caso foi parar no Ministério
Público, que propôs uma ação civil pública, e chegou ao Superior
Tribunal de Justiça, que manteve
a condenação de Maluf.
Ontem, Maluf disse ter esperança de conseguir anular a condenação por meio de ação rescisória.
Ao falar de segurança, radicalizou: "Pôs fogo no colchão? O bandido vai dormir no chão."
À tarde, sua assessoria disse que
o ex-prefeito pode ter se confundido, pois só considerará que foi
condenado quando tiver de pagar
o valor reivindicado. No lançamento de seu programa de governo para a área de esportes, à noite,
Maluf disse à platéia que não tinha condenação judicial.
Também à noite, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo cassou 4 dos 40 minutos a que o PPB
tem direito em 2003 por usar os
programas partidários para fazer
propaganda política.
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