JULIA DUAILIBI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, no qual afirmou que o país está "finalmente" começando um ciclo de recuperação e crescimento, após sofrer com "planos mágicos" que prometiam resolver os problemas.
"Hoje, depois de pouco mais de um ano e meio de governo, de muito trabalho, de muito sacrifício, tenho boas notícias para vocês. Não há mais nenhuma dúvida de que estamos finalmente iniciando um novo e importante ciclo de recuperação e crescimento", disse Lula, em seu quarto discurso em cadeia nacional desde que tomou posse em 2003.
"Já sofremos demais com planos mágicos que prometiam resolver todos os problemas do Brasil de uma hora para a outra, mas que só prometiam." No pronunciamento de quase sete minutos, Lula afirmou que pretende fazer de suas declarações uma "rotina" enquanto estiver na Presidência.
Segundo o presidente, não é fácil "fazer o Brasil voltar a crescer de forma sustentada, mantendo a inflação sob controle". E evitou usar números durante o seu discurso. Falou sobre o crescimento da economia, o aumento das vendas do comércio e da indústria e as exportações, sem citar valores.
O governo já trabalha nos bastidores com um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 4% e 4,5% neste ano, conforme a Folha noticiou ontem.
Oficialmente a previsão é de um crescimento de 3,5%. "As taxas de crescimento do PIB surpreenderam a todos, sobretudo quando comparadas com as taxas dos últimos anos, não deixando dúvidas quanto à enorme capacidade de recuperação de nossa economia quando administrada de forma responsável e firme." De números concretos, só foram citados os "mais de 1 milhão de empregos com carteira assinada criados nos últimos seis meses".
De acordo com o presidente, os bons indicadores econômicos não significam, "de forma alguma", que os problemas do país estejam resolvidos. "Como disse, não existe mágica e temos de estar sempre atentos e vigilantes."
Lula deu exemplos do que chamou de desafios que devem ser enfrentados pelo país: melhorar a infra-estrutura, a formação educacional e a distribuição de renda.
O presidente fez agradecimentos aos "trabalhadores" e, "em particular", aos empresários "que compreenderam os esforços do governo em baixar os impostos dos produtos da cesta básica e que imediatamente reduziram os preços do feijão, do arroz e da farinha de mandioca". "Essa é a grande corrente que vai mudar este país. Afinal, somos todos brasileiros e não desistimos nunca."
Ao final do discurso, Lula agradeceu a "todos que estão fazendo a sua parte nesse imenso esforço para colocar novamente o nosso país no caminho do progresso".


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