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DEBATE
Fenaj nega controle sobre conteúdo
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo de Andrade, disse ontem que apóia modificações no
projeto do Conselho Federal de
Jornalismo caso haja a interpretação que a atual redação dá ao conselho o poder de controlar o conteúdo editorial das empresas.
"O texto é nosso, mas se há a interpretação de que o conselho vai
controlar conteúdo, eliminem-se
as expressões, altere-se o texto se
ele está levando ao entendimento
equivocado de que haverá fiscalização de conteúdo. Não é essa,
absolutamente, nossa intenção",
disse em debate na TV Câmara.
No debate, o presidente da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo, questionou
a representatividade da Fenaj para apresentar a proposta: "Um
projeto dessa natureza tem que
atender a uma demanda social, é
discutível a representatividade da
Fenaj para elaborar e apresentar
um projeto dessa magnitude em
nome dos jornalistas". Segundo
ele, há cerca de 130 mil jornalistas,
mas a eleição da nova diretoria da
Fenaj mobilizou apenas 5.000.
"A Fenaj tem representatividade sim", disse Andrade, para
quem só há 50 mil jornalistas em
atividade. Ele admite a tese de que
a liberdade não é um valor absoluto: "A gente não pode sair por aí
propondo a impunidade absoluta
aos jornalistas. O valor da liberdade de imprensa tem de ser igual ao
valor da responsabilidade, caso
contrário vira impunidade".
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