São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Contra-ataque

A despeito das declarações mais exaltadas, pouca gente no PSDB acredita que será possível estabelecer um elo entre o PCC e o PT na corrida eleitoral.
Mas as campanhas de Geraldo Alckmin à Presidência e de José Serra ao governo de São Paulo tudo farão para fixar a idéia de que, com ou sem conexão, a facção criminosa deixou claro, no comunicado levado ao ar pela Rede Globo depois do seqüestro de um de seus jornalistas, o desejo de ver os tucanos longe do poder. Um dirigente do partido sugere até o slogan: "O PCC não quer o PSDB. Você sabe por quê?"

Mão invertida. O PCC faz caminho inverso ao das Farc, que começaram na política e migraram para o crime.

Circuito. A entrada da Polícia Federal nas investigações do seqüestro do jornalista da TV Globo foi precedida de ligação, no sábado, de Márcio Thomaz Bastos a Cláudio Lembo. Ontem, o ministro da Justiça voltou a falar com o governador mais de uma vez.

Estaleiro. Uma infecção por rotavírus levou Saulo de Castro Abreu Filho ao hospital na noite de sábado. O secretário da Segurança Pública ficou no soro até a tarde de ontem, quando recebeu alta.

Superlotação. Desde o primeiro levante do PCC em São Paulo, em maio, as polícias civil e militar prenderam cerca de 600 pessoas suspeitas de participar da série de ataques da facção criminosa.

Arquivo. A equipe de TV de Aloizio Mercadante não entrou em ação apenas nos últimos ataques do PCC. A coordenação de campanha do candidato petista ao governo coleciona imagens e depoimentos há pelo menos dois meses.

Guerrilha. O PT paulista fará uma série de manifestações pela abertura de CPIs em São Paulo. O plano é realizar atos simbólicos em frente a agências da Nossa Caixa, em trechos da calha do rio Tietê e em conjuntos da CDHU, todos temas de pedidos de investigação na Assembléia.

Temáticos. A Força Sindical prepara novo ato de apoio a Alckmin na terça, quando espera reunir 2.000 sindicalistas na Casa Portugal, local preferencial dos eventos petistas em São Paulo. Já na sexta é a vez de o presidente Lula receber sindicalistas ligados à CUT num clube da capital.

Tio Sukita. O governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), 63, faz campanha à reeleição voltada para os jovens. Tem comunidade no orkut e vídeo diário no site YouTube. No jingle, o refrão diz que "o cara é democrático".

Tchurma. Engatinhando nas pesquisas, Eduardo Paes (PSDB-RJ) vai colar sua imagem, na propaganda de TV, a Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), tucanos como ele e líderes nos Estados vizinhos.

É guerra. Fernando Gabeira (PV-RJ) disse a membros da CPI que irá à Justiça Eleitoral para barrar o registro do PSB, que pediu sua cassação.

Dossiê. O deputado também recebeu de senadores da oposição uma compilação de "rolos" do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), outro desafeto herdado da CPI.

Nó. Como líder de bancada, Ney Suassuna (PMDB-PB) não pode ser obrigado a deixar o Conselho de Ética. Teria de partir do senador, acusado pela CPI, a iniciativa de sair.

Antídoto. Para tentar anular o discurso tucano segundo o qual a sigla não tem sanguessugas, o PT dirá que, desde 1998, dos oito relatores setoriais da Saúde no Orçamento, seis eram do PSDB. Dois deles são acusados, embora não estejam hoje no partido: Paulo Feijó e Pedro Henry.

Tiroteio

Quem promoveu a safadeza no Congresso foram o governo Lula e o PT, comprando apoio com mensalões e sanguessugas. Isso é muito pior do que eventuais excessos verbais, que fazem parte da democracia.


Do senador HERÁCLITO FORTES (PFL-PI) sobre declaração do presidente segundo a qual imunidade parlamentar protege a safadeza.

Contraponto

Dá-se um jeito

Na campanha municipal em 2004, Luiz Carlos Hauly (PSDB) preparava comício em Londrina quando foi surpreendido por um dono de bar: o comerciante pôs alto-falantes em frente ao seu estabelecimento para chamar a clientela. Ao ver que o barulho abafaria os discursos, assessores foram pedir para que o som fosse desligado.
-E meu prejuízo? Quem paga?-disse o dono do bar.
Como solução, foi proposta a compra de dez caixas de refrigerante para compensar tal prejuízo, mas o comerciante exigiu que fossem entregues os cascos das garrafas.
Sem outra opção, os assessores tiveram de passar duas horas na mesa do bar consumindo a bebida.


Próximo Texto: Seqüestro parece "atentado político", afirma Alckmin
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.