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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fez ontem uma marcha em Ribeirão Preto (314 km ao norte de São Paulo) que reuniu cerca de 1.200 pessoas. O grupo era formado por sem-terra acampados em Ribeirão e nas cidades da região, além de funcionários dos Correios, estudantes e simpatizantes. Havia até crianças de colo.
O MST pediu urgência para o Plano Nacional de Reforma Agrária, liberdade aos presos do movimento e a preservação do Aquífero Guarani, que é a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul.
Os manifestantes começaram a marcha às 7h30 e caminharam pelo acostamento da Rodovia Anhanguera, uma das mais movimentadas da região. As polícias Militar e Rodoviária "escoltaram" o grupo, obrigando os carros a ficar em apenas uma das pistas.
Após caminhar cerca de 20 km durante três horas e meia, os sem-terra foram recebidos na catedral da cidade pelo arcebispo de Ribeirão Preto, dom Arnaldo Ribeiro, que deu a todos uma bênção.
"Jesus, quando nasceu, também era um sem-terra, assim como vocês", disse o arcebispo.
Após o encontro com dom Arnaldo, os manifestantes comeram um lanche de salsicha e descansaram meia hora na praça em frente à catedral antes de voltar aos acampamentos.
"Já participei de muitas caminhadas, mas essa foi uma das mais bonitas", afirmou o sem-terra Edivar Lavratti. "Conseguimos nosso objetivo. Acho que Ribeirão nunca viu uma manifestação como essa." (AFRA BALAZINA)


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