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Bolsonaro leva à CPI militar que prendeu petista
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O depoimento de José Genoino
à CPI do Mensalão foi marcado
por acontecimentos inesperados.
O primeiro aconteceu quando o
ex-presidente do PT já tinha começado a responder as perguntas.
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), adversário de Genoino, entrou na sessão com o coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel.
Bolsonaro se define como um
defensor das causas dos militares
e é uma espécie de porta-voz das
mulheres dos militares que reivindicam soldos maiores. Ele já
bateu boca com o próprio Genoino e com outros parlamentares.
Em junho, a pedido de Bolsonaro, a Câmara realizou sessão solene em homenagem aos militares
mortos no combate à guerrilha do
Araguaia (1972-1974). A sessão foi
marcada por uma série de ataques
a Genoino. O plenário foi ocupado por cerca de 200 pessoas.
O coronel Maciel foi o responsável pela prisão e interrogatório de
Genoino na época da guerrilha.
Ao ser informado da presença
do coronel, o presidente da CPI
do Mensalão, Amir Lando
(PMDB-RO), pediu discretamente para Bolsonaro retirar o coronel da sala de audiência, mas a sua
solicitação não foi atendida. Em
seguida, atendendo a pedidos de
parlamentares do PT e da própria
oposição, Amir Lando exigiu a
saída do coronel.
"Paguei a passagem dele (do coronel) e acho que, como cidadão,
todo mundo pode acompanhar
os depoimentos", disse Jair Bolsonaro. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) criticou a presença
do deputado carioca e do coronel
na sessão. "Parece que ainda existem pessoas que estão com saudade da ditadura militar."
CPI do Orçamento
Outro fato inesperado foi o aparecimento da ex-deputada por
Rondônia Raquel Cândido (PTB).
Cassada em 1993 pela CPI do Orçamento, a deputada usou o depoimento de José Genoino à CPI
do Mensalão como uma revanche
contra o ex-colega, que fez parte
da comissão de inquérito que culminou na sua cassação.
Visivelmente alterada, Cândido
entrou na sala da CPI e ficou encarando Genoino. Ao sair da sala, a
ex-deputada se ajoelhou no Salão
Verde da Câmara e orou.
Gritando pelos corredores da
Câmara, Raquel Cândido disse
que voltaria ao término da sessão
para chamar Genoino de "dedo-duro, vendilhão e traidor".
"Ele e outros negociaram minha
cassação para salvar outros. Nunca roubei um centavo e fui acusada de desviar R$ 1 milhão do Orçamento", protestava.
Ela disse que ainda gostaria de
ver outros, entre os quais citou a
deputada Jandira Feghali (PC do
B-RJ), no banco das CPIs. "Deus é
fiel. O tempo dele é o da verdade.
Hoje abri o jornal e decidi que tinha chegado a hora de ver meu algoz", disse a ex-deputada.
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