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Líder de favela apóia candidata que o prendeu
DA SUCURSAL DO RIO
Preso no ano passado acusado de envolvimento com
traficantes, o principal líder
comunitário da Rocinha, William de Oliveira, 33, está pedindo votos para a policial
que o botou na cadeia: a inspetora Marina Maggessi,
candidata a deputada federal
pelo PPS.
Oliveira está enviando
mensagens a usuários do Orkut convocando-os a votar
na policial: "Caros amigos,
venho pedir uma grande ajuda a todos, para que possamos melhorar o nosso Brasil,
para a deputada federal Marina Maggessi, uma mulher
de coragem para fazer mais
pelo Rio. Esse voto eu garanto", diz a mensagem.
Quando estava na Polinter, Maggessi comandou as
investigações que levaram à
prisão de Oliveira, que se diz
ser seu fã. "Quando eu fui
preso, a primeira coisa que
disse a ela foi que sempre
quis conhecê-la", declarou
Oliveira à Folha.
Maggessi foi responsável
pela prisão de vários chefes
do tráfico, como Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco,
assassino do jornalista Tim
Lopes, da TV Globo, e pela
operação que resultou na
morte de Erismar Rodrigues
Moreira, o Bem-Te-Vi, então
chefe do tráfico na Rocinha.
Escutas telefônicas com
autorização judicial flagraram o líder comunitário conversando com Bem-Te-Vi,
pedindo dinheiro para a realização de uma festa na comunidade. As gravações
mostraram também Oliveira
dando instruções para a retirada da favela de fuzis que
foram roubados de um quartel do Exército em Copacabana (zona sul) em 2004.
Indiciado pelo crime de
associação para o tráfico,
Oliveira ficou seis meses
preso. Ele nega o crime. Sua
prisão foi revogada pela Justiça e ele aguarda a sentença.
O líder comunitário disse
que votará em Maggessi por
achar que ela tem uma visão
social. A própria Marina
Maggessi disse acreditar na
absolvição de Oliveira e que
as investigações indicaram
que ele "convivia" e não que
era "conivente" com o tráfico.
(MARIO HUGO MONKEN)
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