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Articulador, Sarney conquistou votos entre tucanos e democratas
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Fundamental. Essa é a definição de um auxiliar direto do
presidente do Senado, Renan
Calheiros, sobre o papel desempenhado pelo senador José
Sarney (PMDB-AP) na sessão
que julgou e absolveu o peemedebista de Alagoas.
A principal missão de Sarney,
segundo aliados de Renan, foi
pescar votos na oposição, entre
os "demos" (ex-pefelistas) e tucanos principalmente, para
compensar as traições.
Nas contas de alguns amigos,
Sarney teria conseguido virar
pelo menos quatro votos, número impossível de se comprovar numa votação secreta e
diante das mentiras difundidas
por vários senadores.
Sarney passou os dias que antecederam o julgamento em
contato constante com Renan.
Esteve com ele inclusive durante o último final de semana,
articulando a estratégia para
salvar o mandato do colega.
Na véspera da sessão do Senado, confidenciou que enxergava um "viés de alta" a favor de
Renan, mas temia que o placar
fosse apertado. Segundo a Folha apurou, o ex-presidente teria tentado trabalhar pelo menos os votos dos ex-pefelistas
Efraim Morais (PB), Romeu
Tuma (SP), Adelmir Santana
(DF) e Heráclito Fortes (PI) e
os tucanos Papaléo Paes (AP) e
Flexa Ribeiro (PA).
Os renanzistas acreditam
que pescaram no mínimo dois
votos entre os tucanos e dois
entre os democratas, sem contar o do senador Edison Lobão
(DEM-MA), aliado de Sarney.
Dentro do DEM, os próprios
senadores da sigla disseram ontem que sentiram a "pesada influência" do ex-presidente.
Sarney evita comentar seu
trabalho a favor de Renan. Diz
que não procurou nenhum senador para virar voto. Disse a
colegas ontem que ficou quieto
no plenário e que procurou ajudar seu colega de partido.
Além de desempenhar "papel fundamental", os auxiliares
de Renan classificaram Sarney
de "aliado fiel", que desde o início do processo teria dito ao senador que não pretendia disputar sua eventual sucessão. Segundo renanzistas, os planos de
Sarney passam por voltar à presidência do Senado, mas não
agora e sim nos dois últimos
anos do mandato de Lula, para
estar no posto na campanha
presidencial de 2010.
Em seu trabalho pró-Renan,
Sarney contou com a ajuda de
sua filha, a senadora Roseana
(PMDB-MA). Na véspera do
julgamento, ela estava em São
Luís (MA) para uma reunião
agendada anteriormente. Retornou na madrugada para estar presente na votação.
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