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PELO BRASIL
Com 100% da apuração, apenas PT, PFL e PTB tiveram maior taxa de votos na
comparação com as eleições de 1996, caso seja descontado o aumento do eleitorado
Só 3 partidos têm crescimento real de votos
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com 100% dos votos apurados
no país é possível constatar três
tendências entre os grandes partidos políticos brasileiros:
1) sete grandes - apenas sete siglas conseguiram obter individualmente mais de 5% do total de
votos válidos no país, sendo cinco
governistas (PSDB, PMDB, PFL,
PPB e PTB) e duas de oposição
(PT e PDT). Em 96, esses mesmos
partidos foram os únicos a obter
esse desempenho. Hoje, detêm
82,7% dos votos válidos do país;
2) só três têm crescimento de
voto real - entre os sete grandes,
apenas três (PFL, PTB e PT) conseguiram ter um aumento real de
votos neste ano em relação a 96
(acima do aumento do eleitorado
do país);
3) decadentes e ascendentes
-entre os governistas, a sigla com
desempenho mais sofrível é o
PPB. Na oposição, o reinado do
PDT como segundo maior partido está ameaçado pela ascensão
de PSB e PPS.
O voto real
O aumento real de votos é aquele que fica acima do crescimento
do número de eleitores que votou
para prefeito neste ano em relação
ao ano de 1996.
Em 1996, votaram para prefeito
74.111.869 eleitores. Neste ano, o
número foi de 84.520.233 eleitores. Um aumento de 14%.
Assim como no cálculo do juro
real cobrado em um empréstimo
se considera a parcela da taxa que
fica acima da inflação, o mesmo
raciocínio serve para o crescimento real do voto dos partidos:
tiveram aumento verdadeiro de
votos apenas as agremiações que
conquistaram acima de 14% dos
votos de 1996.
Entre os grandes partidos, o PT
ficou bem acima dos 14% de crescimento dos votos para prefeito.
Teve 11,9 milhões de votos em
seus candidatos -um aumento
de 51,2% sobre 1996.
O PFL e o PTB também ficaram
acima, com 28,8% e 33,3% a mais
de votos sobre o que haviam obtido nas eleições municipais de 96.
O PSDB, que continua sendo o
partido que mais votos teve no
país, cresceu apenas 3,5% sobre
sua votação de 96. Diminuiu sua
participação no bolo eleitoral.
O PMDB também cresceu apenas 4,3%, ficando abaixo da evolução do eleitorado nacional, de
14%.
O pior desempenho entre as
grandes siglas é o do PPB: queda
de 30,3% sobre o número de votos que teve em 96.
O segundo pior desempenho ficou com o PDT, sigla que registrou 19,3% menos votos para prefeito neste ano do que em 96. E
34,2% menos prefeitos eleitos do
que na última eleição.
Zona de transição
No grupo de partidos de oposição, duas siglas aproximaram-se
da marca dos 5% dos votos válidos do país. O PSB (4,57% dos votos válidos) e o PPS (4,15%).
No caso do PSB, o partido parece consolidar sua posição em algumas cidades médias, como as
capitais nordestinas Maceió (AL)
e Natal (RN). Além disso, teve
uma votação recorde na cidade de
São Paulo com Luiza Erundina
disputando a prefeitura.
O PPS teve um crescimento
acentuado antes da eleição cooptando prefeitos com chances de
reeleição. Tinha eleito 33 prefeitos
em 1996, mas na véspera da eleição deste ano já estava com 150.
Agora, pulou para 164.
Ambos, o PSB e o PPS, registraram aumentos de votos muito superiores ao do aumento do eleitorado nacional.
O PSB teve 2,8 milhões de votos
em 96. Agora, foram 3,9 milhões.
Um crescimento de 37,1%. O PPS
saiu de 496 mil votos para 3,5 milhões -um aumento de 607,4%.
No caso dos partidos médios
(PL e PSD), o crescimento real ficou apenas por conta do PL, com
28,9% a mais de votos agora do
que em 96. O PL tem hoje a Prefeitura de Manaus (AM) e o prefeito
disputa a reeleição.
Entre os nanicos, quase nenhuma modificação. Em conjunto tiveram um crescimento de 15,1%
sobre os votos de 1996. Praticamente vegetaram na mesma posição, que tem sido em torno de 3%
dos votos válidos do país.
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