São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2000

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"Vovô" PCB registra o pior desempenho

OTÁVIO CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O partido que se considera o mais antigo e tradicional do Brasil teve o pior desempenho nas urnas no primeiro turno. Com a menor votação entre as 30 agremiações que disputaram as eleições municipais, o PCB (Partido Comunista Brasileiro) conseguiu eleger apenas um vereador, em Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe.
O PCB atual é uma dissidência do PPS que ganhou na Justiça, em 1996, o direito de usar o nome, o estatuto e o tradicional símbolo do partido: a foice e o martelo.
O partido original surgiu em 25 de março de 1922. No início dos anos 60, sofreu o primeiro racha, quando dissidentes criaram o PC do B (Partido Comunista do Brasil), que se aliou aos chineses -os pecebistas se mantiveram fiéis aos soviéticos.
O PCB sobreviveu com altos e baixos até janeiro de 1992, quando seus principais dirigentes, liderados pelo senador Roberto Freire, transformaram o partido no PPS (Partido Popular Socialista).
Cerca de 600 dissidentes não aceitaram o fim do "Partidão". Liderados pela atual presidente do partido, a socióloga carioca Zuleide Faria de Melo, fundaram inicialmente o Partido Comunista.
Em 1996, após cumprir as exigências do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disputaram a primeira eleição. Tiveram 12 mil votos, mas não elegeram ninguém.
Neste ano, a votação diminuiu. Apenas 9.824 eleitores digitaram o número 21 para prefeito, e 12,2 mil votaram no PCB para vereador. A maior parte do eleitorado está no Rio e em São Paulo.
A maior dificuldade, avalia Zuleide, foi reunir os 120 mil filiados em nove Estados para ganhar o registro da Justiça Eleitoral. Há entre 12 mil e 15 mil militantes. "Só os militantes votaram no partido", diz Zuleide. Pelos números das urnas, nem todos.


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