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Alckmin defende o enxugamento da reforma
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi um
dos primeiros a defender ontem o
enxugamento do texto da reforma tributária votado na Câmara e
que o Senado aprove até o final do
ano só "aquilo que é estritamente
urgente e necessário". A discussão dos pontos mais polêmicos
seria retomada a partir de 2007.
A proposta de enxugamento de
Alckmin tem o apoio da maioria
dos governadores. A divergência
se dá quanto aos aspectos que seriam votados e aprovados agora.
Alckmin e o governador de Minas
Gerais, Aécio Neves (PSDB), por
exemplo, defendem a votação da
unificação da legislação do ICMS,
a que se opõem Estados do Centro-Oeste e do Nordeste.
"O bom senso, neste momento,
é aprovar o que é urgente, que é a
unificação do ICMS, e deixar para
um segundo momento a discussão da tributação indireta", disse
Alckmin.
O paulista evitou se comprometer com a proposta de novas regras para o pagamento da dívida
dos Estados, apresentada ontem
por Aécio no encontro de Estados
com a Comissão de Constituição
e Justiça do Senado para discutir a
reforma. Outros, como Marconi
Perillo (PSDB-GO), apoiaram de
imediato a idéia.
A questão do ICMS divide os
Estados. No Senado, ganha corpo
uma proposta pela qual seria votada a unificação das 27 legislações atualmente existentes sobre
a cobrança do tributo e a redução
do número de alíquotas de 44 para cinco. Nas disposições transitórias da Constituição, seria incluído um artigo jogando para 2007 o
detalhamento da tributação.
A maioria dos governadores está de acordo com os outros itens
que seriam votados de imediato
no Senado: a prorrogação da
DRU (Desvinculação de Receitas
da União) e da CPMF, o chamado
imposto do cheque, para atender
à União. Já os Estados levariam
25% da Cide (contribuição dos
combustíveis) e um fundo de
R$ 8,5 bilhões para compensar a
desoneração das exportações.
Os governadores também concordam com a manutenção de
um artigo aprovado na Câmara
que acabaria com a cobrança cumulativa da Cofins (contribuição
sobre o lucro das empresas), que
atende a uma reivindicação da
classe produtiva. Alckmin defende também que a União deixe de
cobrar o Pasep dos Estados e municípios. "É injusto", diz.
Falando pelos governadores do
Sul, Germano Rigotto (PMDB-RS) apoiou o enxugamento e a
discussão dos aspectos mais polêmicos em 2007. Para ele, se não
for aprovada a unificação da legislação do ICMS, ficará comprometida "definitivamente uma reforma que inicia o processo de simplificação tributária no país".
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