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FOME SOCIAL
Ação é resposta à medida que põe Fome Zero na área
Políticos pretendem "forçar" um aumento de R$ 4,5 bilhões na Saúde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados e senadores ligados
à área da saúde preparam uma
Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para tentar forçar o
governo a aumentar em R$ 4,5 bilhões a previsão de R$ 35,8 bilhões de gastos com a saúde no
próximo ano.
A liderança da Frente Parlamentar da Saúde se reúne hoje
com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício
Corrêa, para tratar da questão.
A emenda constitucional 29 determina a correção da aplicação
de recursos em saúde pela variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto).
Para atingir a determinação
constitucional, o primeiro Orçamento feito pelo governo Luiz
Inácio Lula da Silva alocou nos
gastos da Saúde R$ 3,5 bilhões referentes a programas de saneamento e de combate à miséria, o
que causou uma reação imediata.
Entidades e políticos ligados à
área, incluindo vários integrantes
do PT, argumentam que a proposta é uma forma de "burlar" a
emenda 29, incluindo como gastos da Saúde o saneamento básico
e o combate à miséria.
O próprio relator do Orçamento 2004, Jorge Bittar (PT-RJ), já reconheceu que a inclusão desses
gastos foi uma forma de o governo "fechar a conta".
O governo argumenta que são
gastos com saúde preventiva, e os
parlamentares dizem faltar mais
R$ 1 bilhão na atual proposta para
que a emenda 29 seja cumprida.
Fome x Aids
O assessor especial da Presidência e coordenador de mobilização
social para o Fome Zero, Frei Betto, disse ontem no Rio que há um
descaso mundial em relação ao
problema da fome. "Se a fome
mata 20 vezes mais que a Aids,
por que há tanta campanha contra a Aids e não há quase nenhuma campanha contra a fome? A
resposta que tenho é cínica: a Aids
não faz distinção de classe, mas a
fome faz."
Frei Betto também falou sobre a
unificação dos programas sociais
do governo federal, que acontece
a partir deste mês. O critério, segundo ele, será o mesmo utilizado
no Fome Zero: serão beneficiados
os municípios com o menor IDH
ou que se encontrem em estado
de calamidade pública.
(RANIER BRAGON)
Colaborou a Sucursal do Rio
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