|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PESQUISA DATAFOLHA
Levantamento revela que principais motivos de rejeição dos candidatos são administrativos
Marta é rejeitada pelas taxas; Serra, por sua atuação na saúde
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Marta Suplicy (PT) reclama da
"pecha de arrogante" e José Serra
(PSDB) foi chamado de "antipático" durante toda a campanha de
2002, mas o que define mesmo a
rejeição aos dois nesta eleição são
questões da área administrativa.
De acordo com o Datafolha,
23% dos eleitores que não votariam em Serra de jeito nenhum
desaprovam seu desempenho ou
suas propostas para a saúde, área
em que foi ministro de 1998 a
2002. Dos que repudiam Marta,
25% reprovam a criação de taxas e
o aumento de impostos.
A imagem pessoal pesa contra
Serra para 17% dos que o rejeitam
e para 14% dos que não votariam
em Marta de maneira alguma.
O diretor do Datafolha, Mauro
Paulino, afirma que esta pesquisa
"é um reflexo do que o eleitor recebe de informação pela mídia e
pelas campanhas". Como exemplo, cita o apelido de "Martaxa"
lançado pela oposição, um dos
mais utilizados na campanha.
No geral, como revela pesquisa
publicada no domingo, 42% dos
eleitores afirmam que não votariam em Marta de jeito nenhum, e
29% dizem o mesmo em relação a
Serra. No levantamento publicado hoje, esses paulistanos explicam os motivos de sua rejeição.
Saúde e taxas
Dos 23% que rejeitam o desempenho de Serra na saúde, a maior
parte afirma que o hoje candidato
não fez nada para melhorar a área
quando foi ministro, no governo
de Fernando Henrique Cardoso.
Esse é um dos pontos mais batidos pelo PT desde que decidiu
partir para o ataque contra o tucano, no final do primeiro turno.
Em quase quatro anos à frente
do ministério, o tucano ganhou os
holofotes com avanços no programa de Aids, na campanha antitabagista e nos genéricos, mas
enfrentou duas epidemias de dengue, no início e no fim da gestão.
Das taxas que Marta criou, a do
lixo é a que mais atrai críticas. Foi
citada por 14% dos que rejeitam a
prefeita, segundo o Datafolha.
No final de 2002, foram criadas
as taxas de luz e do lixo. A da iluminação é fixa (R$ 3,50). A outra,
paga por cerca de 2 milhões de
pessoas, varia de R$ 6,67 a R$
133,15. Na campanha, Marta já
disse que, a médio prazo, vai acabar com a taxa de luz. A do lixo,
argumenta, só criou porque foi
"responsável". Sem ela, diz, não
teria verba para novos aterros e
enfrentaria um "apagão do lixo".
Já Serra voltou a defender ontem a revisão total das taxas municipais e o fim da taxa do lixo.
A área da saúde, o ponto fraco
de sua gestão, também gera muita
rejeição. Para 19%, é o principal
problema. Ser do PT também é
eliminatório para 17%. O partido,
aliás, é o entrave para 18%, desta
vez no caso de Serra.
Imagem pessoal
Na imagem pessoal, o que mais
"pega" contra Marta é mesmo a
suposta arrogância. São 4% os
que apontam isso como o principal fator de rejeição.
No caso de Serra, cuja imagem
pessoal não entrou em debate até
aqui na campanha, vários adjetivos empatam, com 7%, como falso e cínico. "A pesquisa mostra
que ele também tem um problema nesta área", conclui Paulino.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Pesquisa Datafolha: Educação dá fôlego a Marta; saúde é ponto forte de Serra Índice
|