São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2006

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Lula promove "campanha do medo", diz Alckmin

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) disse, em João Pessoa (PB), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva patrocina uma "campanha do medo" contra sua candidatura por levantar suspeitas de que, se eleito, o tucano privatizará estatais e acabará com o Bolsa Família.
"É um absurdo esse jogo sujo", disse Alckmin: "Fico triste de ver o próprio candidato Lula dizer essas coisas sem a menor veracidade. Como eles não têm muito o que mostrar, ficam nessa campanha de criar medo.
Campanha do medo. Vão tirar isso, vão tirar aquilo, coisas que não têm o menor sentido". O discurso de Alckmin lembra a campanha de 2002, quando Lula acusou os tucanos, então no poder, de amedrontar os eleitores com suspeitas sobre um eventual desgoverno no caso de vitória do petista. O fracasso da estratégia levou o atual presidente a criar um bordão: "A esperança venceu o medo".
Para Alckmin, o uso desse recurso hoje mostra que seus rivais "estão com enorme dificuldade para criar uma mensagem nova, de esperança". Alckmin também falou sobre as privatizações do governo de FHC (1995-2002), alvo de críticas da campanha petista. "Se estivesse errado, eles [o PT] tiveram quatro anos para reestatizar. E não reestatizaram."
O candidato voltou a criticar os ataques do PT e da campanha de Lula a seus familiares, feitos em boletim divulgado pela internet. Disse que não responderá às declarações no mesmo tom, mas afirmou que não aceitará o pedido de desculpas dos rivais. Os ataques do PT citaram Sofia, filha de Alckmin, e a mulher dele, Lu. "Fazem as baixarias e depois vêm querendo dar uma de bom-mocismo, pedindo para retirar do site, querendo faturar dos dois lados. Eu não sinto sinceridade nisso [nas desculpas], porque, todo dia, tem uma mentira diferente. Aí, quando acham que passaram um pouco do ponto, inventam essa história", disse.
Em João Pessoa, o tucano participou de carreata e, sempre ao lado do governador da Paraíba e candidato à reeleição, Cássio Cunha Lima (PSDB), caminhou no centro comercial. Em Maceió, Alckmin fez uma caminhada pelo calçadão da cidade, acompanhado do governador eleito Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do ex-governador Ronaldo Lessa. Evitou comentar o suposto apoio de Collor a Lula: "Cada um escolhe quem vai apoiar, não vejo problema."
Sobre a decisão de Lula de não ir ao debate da TV Gazeta, disse: "É um decisão dele. Eu participei de todos os debates realizados até agora".


Colaborou JOSÉ ALBERTO BOMBIG, enviado especial a Maceió

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