São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2006

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Mercadante admite encontro com petistas antes de operação

DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Aloizio Mercadante, candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PT, admitiu ontem ter se encontrado com Osvaldo Bargas e Expedito Antonio Veloso dez dias antes da prisão de petistas acusados de tentar comprar um dossiê contra políticos do PSDB.
Bargas (ex-funcionário do Ministério do Trabalho e amigo de Lula) e Veloso (ex-funcionário do Banco do Brasil) são dois dos principais envolvidos no escândalo do dossiê.
Nessa operação, Bargas e Veloso foram incumbidos de irem a Cuiabá (MT) para analisar os documentos oferecidos pelos Vedoin e, também, para acompanhar a entrevista à "IstoÉ" em que Luiz Antônio e Darci acusaram José Serra.
Em nota, o senador disse que foi procurado em seu gabinete em Brasília no dia 4 de setembro, na véspera do depoimento de Luiz Antônio Vedoin ao Conselho de Ética do Senado, quando Bargas e Veloso sugeriram que nesse depoimento fosse tentado vincular José Serra ao "esquema sanguessuga". Ele nega ter sido citado o dossiê.
"O senador não aceitou e pediu aos senadores do PT que não utilizassem o conselho para uso eleitoral, no que foi plenamente atendido. E comunicou aos dois que não utilizaria este tipo de procedimento na disputa eleitoral", diz nota encaminhada por sua assessoria.
Mercadante também afirma não ter comunicado ao presidente Lula nem ao então coordenador de campanha Ricardo Berzoini sobre a atitude dos dois. "Até aquele momento não havia nenhuma declaração dos Vedoin contra José Serra."
Em plena campanha, o senador esteve em Brasília para participar do esforço concentrado do Congresso para aprovação de projetos antes do recesso eleitoral. "Mercadante informa que seu conteúdo [do encontro] já havia sido revelado a mais de um jornalista."
A senadora Ideli Salvatti (PT) disse confirmar as palavras de Mercadante e considerar um absurdo o uso da comissão para temas eleitorais. "Não tem cabimento."
(ROGÉRIO PAGNAN)


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