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Mercadante admite encontro com petistas antes de operação
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Aloizio Mercadante, candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PT, admitiu ontem ter se encontrado
com Osvaldo Bargas e Expedito
Antonio Veloso dez dias antes
da prisão de petistas acusados
de tentar comprar um dossiê
contra políticos do PSDB.
Bargas (ex-funcionário do
Ministério do Trabalho e amigo
de Lula) e Veloso (ex-funcionário do Banco do Brasil) são dois
dos principais envolvidos no
escândalo do dossiê.
Nessa operação, Bargas e Veloso foram incumbidos de irem
a Cuiabá (MT) para analisar os
documentos oferecidos pelos
Vedoin e, também, para acompanhar a entrevista à "IstoÉ"
em que Luiz Antônio e Darci
acusaram José Serra.
Em nota, o senador disse que
foi procurado em seu gabinete
em Brasília no dia 4 de setembro, na véspera do depoimento
de Luiz Antônio Vedoin ao
Conselho de Ética do Senado,
quando Bargas e Veloso sugeriram que nesse depoimento fosse tentado vincular José Serra
ao "esquema sanguessuga". Ele
nega ter sido citado o dossiê.
"O senador não aceitou e pediu aos senadores do PT que
não utilizassem o conselho para uso eleitoral, no que foi plenamente atendido. E comunicou aos dois que não utilizaria
este tipo de procedimento na
disputa eleitoral", diz nota encaminhada por sua assessoria.
Mercadante também afirma
não ter comunicado ao presidente Lula nem ao então coordenador de campanha Ricardo
Berzoini sobre a atitude dos
dois. "Até aquele momento não
havia nenhuma declaração dos
Vedoin contra José Serra."
Em plena campanha, o senador esteve em Brasília para participar do esforço concentrado
do Congresso para aprovação
de projetos antes do recesso
eleitoral. "Mercadante informa
que seu conteúdo [do encontro] já havia sido revelado a
mais de um jornalista."
A senadora Ideli Salvatti
(PT) disse confirmar as palavras de Mercadante e considerar um absurdo o uso da comissão para temas eleitorais. "Não
tem cabimento."
(ROGÉRIO PAGNAN)
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