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SÃO PAULO
Goro Hama nega irregularidades
CDHU interrompe
programa suspeito
EMANUEL NERI
da Reportagem Local
Investigado pelo Ministério Pú
blico e TCE (Tribunal de Contas
do Estado) por suposta prática de
irregularidades em alguns de seus
contratos, foi suspenso um dos
programas do governo Mário Co
vas (PSDB) para a construção de
casas populares em São Paulo.
Trata-se do programa conhecido
por "Chamamento empresarial",
iniciado pelo ex-governador Luiz
Antonio Fleury Filho, em 94, e
mantido por Covas. Um dos casos
investigados é a compra de um ter
reno em Garça (423 km de SP).
Adquirido pela CDHU (Compa
nhia de Desenvolvimento Habita
cional e Urbano de São Paulo) no
dia 26 de março de 96, o terreno
custou R$ 761,7 mil. Onze dias an
tes, a Longitudinal Construtora,
que vendeu o terreno à CDHU,
comprou o imóvel por R$ 200 mil.
Há suspeita sobre a compra de
outros terrenos. A suspensão foi
anunciada ontem pelo presidente
da CDHU, Goro Hama, amigo e
homem de confiança de Covas. Na
semana passada, Covas chamou
Hama de "japonês trapalhão".
Hama anunciou que suspendeu
a edição do jornal "Morar", edita
do pela CDHU. O Ministério Pú
blico investiga o uso do jornal para
promoção pessoal de Hama e de
Covas. O presidente da CDHU de
pôs ontem por três horas no Mi
nistério Público. Apontado como
candidato a deputado federal pelo
PSDB em 98, ele negou o uso do
jornal para promoção pessoal.
Hama negou ter beneficiado a
Construtora Noroeste, que tem
contratos com a CDHU, com um
aditamento de R$ 400 mil.
Em troca, segundo inquérito ci
vil aberto pelo Ministério Público,
a Noroeste teria reformado um
barracão da empresa Markup e
uma casa em São Paulo, ambos de
Hama. O inquérito investiga ainda
suposta comissão recebida por ele.
"Que Noroeste coisa nenhuma.
Não tenho nenhuma relação com
ela", disse Hama, que afirmou ter
pago a reforma de sua casa. Ele
também negou superfaturamento
em terrenos comprados para a
construção de casas populares.
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