São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

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Prefeitura de SP conta com R$ 500 mi do BID

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo já tem assinados com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) financiamentos no valor de cerca de R$ 500 milhões.
O dinheiro está previsto no Orçamento do ano que vem, mas ainda não foi liberado pela instituição, de acordo com informações fornecidas pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal das Finanças.
O Orçamento atualmente está sendo examinado pela Câmara Municipal.
Pelo contrato de renegociação da dívida de São Paulo com a União, assinado pelo atual prefeito, Celso Pitta (PTN), neste ano, a prefeitura não pode mais obter empréstimos internacionais. Os contratos que já haviam sido assinados com o BID, no entanto, foram respeitados.
O maior financiamento corresponde a US$ 100 milhões (cerca de R$ 190 milhões), que o BID emprestou à prefeitura para serem utilizados em obras de recuperação da região central da cidade.
Há ainda R$ 103 milhões destinados a obras do Projeto Cingapura, de habitação. O dinheiro seria suficiente para construir cerca de 4.000 unidades do projeto.
O BID também garantiu à prefeitura a liberação de R$ 204 milhões para serem utilizados no Procav (Programa de Canalização e Implantação de Vias, Recuperação Ambiental e Social de Fundos de Vale).
O Procav, que é responsável, entre outras coisas, pelas obras dos chamados "piscinões" (contenção de enchentes) já recebeu US$ 302 milhões do BID (cerca de R$ 570 milhões).
A prefeitura espera que o dinheiro do BID seja liberado no começo do ano que vem. Ele é vinculado à despesa para a qual se destina. Para mudar isso, a prefeita Marta Suplicy (PT) teria de negociar com os vereadores.
Em 2000, a prefeitura já recebeu do BID o equivalente a US$ 94,5 milhões (R$ 180 milhões), destinados ao Cingapura e ao Procav.

Projetos sociais
A verba já acertada com o BID, se revertida pela prefeita eleita para outras áreas, seria suficiente para cobrir as metas estipuladas por ela para alguns de seus principais projetos para o ano.
Os cinco programas sociais prioritários da petista são o Renda Mínima, Bolsa Trabalho, Banco do Povo, Começar de Novo (requalificação para pessoas maiores de 40 anos) e Mova (alfabetização para adultos). Juntos, eles devem consumir cerca de R$ 232 milhões no primeiro ano do mandato de Marta.
Na última semana, Marta colocou seus projetos sob responsabilidade direta de João Sayad, a quem nomeou como Secretário das Finanças e Desenvolvimento Econômico.
A prefeita, que está no exterior em busca de verbas "a fundo perdido", diz que tomou esta decisão porque os projetos "precisam estar ligados à pasta que controla o Tesouro Municipal".


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