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SALÁRIO MÍNIMO
Ministro faz reunião
Malan descarta elevar tributos como fontes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, descartou ontem o aumento da carga tributária e o início da cobrança da contribuição
sobre os lucros líquidos das empresas privadas no próximo ano.
Malan deu a declaração durante
reunião para discutir as fontes de
financiamento do possível aumento do salário mínimo para R$
180. Participaram da reunião no
Ministério da Fazenda o secretário da Receita Federal, Everardo
Maciel, o secretário-executivo da
Fazenda, Amaury Bier, o relator
da Comissão Mista de Orçamento
do Congresso, senador Amir Lando (PMDB- RO), e o líder do governo no Senado, José Roberto
Arruda (PSDB-DF).
Além disso, Malan afirmou que
irá pressionar a base governista
no Congresso a aprovar até o final
deste ano dois projetos que podem financiar o aumento do mínimo.
O primeiro é o acesso da Receita
Federal aos dados da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) dos
correntistas para comparar com
as declarações de Imposto de
Renda e evitar a sonegação fiscal.
O projeto já foi aprovado no Senado e agora tramita na Câmara.
A segunda proposta prevê a cobrança de impostos das empresas
que utilizem brechas da legislação
para deixar de recolher os tributos devidos ao Fisco.
Malan acredita que a aprovação
das duas medidas, aliada ao início
da cobrança de impostos dos fundos de pensão, que já vem sendo
negociada com o governo, poderá
financiar o aumento do mínimo.
"O ministro se comprometeu a
procurar os líderes dos partidos
no Congresso para que eles agilizem a aprovação dos projetos",
afirmou Arruda. A maior dificuldade será convencer o PFL, que é
contrário ao projeto que dá acesso à CPMF. "O PFL é a favor do
aumento do mínimo para R$ 180.
Por isso, precisa ser a favor da
aprovação desses projetos."
A inclusão dos projetos na pauta de votações será discutida amanhã em reuniões dos colégios de
líderes das duas Casas. A maior
dificuldade está na Câmara, onde
a pauta está bloqueada há cerca
de um mês.
Na reunião de ontem, Malan
disse considerar a contribuição
dos lucros das empresas um "tiro
no pé", pois muitas delas poderiam deixar de investir no país, o
que, na prática, reduziria a arrecadação de impostos.
Além disso, não haveria tempo
hábil para a cobrança a partir de
janeiro próximo. A proposta, que
havia sido defendida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na semana passada, elevaria a
carga tributária das empresas.
Promessa
Arruda se comprometeu na semana passada a mobilizar a base
governista no Congresso para
aprovar até o final deste ano três
projetos de lei que podem financiar o aumento do salário mínimo. Ele irá tentar colocar os projetos em votação na Câmara.
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